Lixo na água
Foto: Divulgação

Segundo a Associação Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), cada brasileiro produz de 600 gramas a 1 quilo de lixo por dia. Se multiplicarmos este valor pela quantidade de habitantes em nosso país, o resultado é 240 mil toneladas de resíduo todos os dias. E apesar de 45% do lixo brasileiro ser reciclável, apenas 2% é realmente reciclado.

Os outros 98% de resíduos vão para três tipos de instalações: os lixões, os aterros controlados e os aterros sanitários. Na teoria, o melhor destino para o lixo seria os aterros sanitários, mas a maioria esmagadora dos detritos vai para os lixões a céu aberto e sem nenhum tipo de tratamento ou controle ambiental.

Se você não sabe a diferença entre os lixões e os aterros, confira:

Lixão

É a pior forma de armazenar e tratar o lixo urbano, mas é justamente a mais usada. Os lixões são depósitos abertos e desprovidos de qualquer tratamento para os resíduos. Não é feita nenhuma forma de preparação do solo que vai receber os detritos, além de não existir estações para o tratamento de efluentes líquidos, como o chorume (líquido escuro produto da decomposição orgânica), que consequentemente penetra no solo causando a contaminação da terra e dos lençóis freáticos.

O gás produzido pela decomposição do lixo, chamado de Biogás, composto por CO2, metano e vapor d’água também é liberado no ambiente sem qualquer tratamento.

Lixão
Foto: fabiane13

Além da poluição do ambiente, o lixo atrai animais transmissores de doenças, como ratos e insetos. Situação que aumenta o risco de contaminação das pessoas que trabalham no local. Muitas famílias tiram seu sustento dos lixões, onde procuram materiais recicláveis e até comida. Deste modo, este tipo de instalação resulta em problemas de ordem ambiental e social.

Aterro controlado

Instalação intermediária entre os lixões e os aterros sanitários. Normalmente, são áreas mais antigas de lixões que são remediadas para diminuir os impactos ambientais e receber mais resíduos.

Os aterros controlados recebem uma cobertura de argila e grama diariamente em cima do lixo, prática que diminui o impacto visual e o mau cheiro, além de evitar a proliferação de insetos e animais. Também é feita a captação do biogás, que ao invés de ser liberado sem tratamento, é queimado.

O problema fica por conta do chorume, que por falta de impermeabilização da base, contamina o solo e os lençóis freáticos.

Aterro sanitário

Estruturas bem mais desenvolvidas e ligadas à sustentabilidade, os aterros sanitários são as instalações adequadas para o lixo urbano. Tudo é pensado para causar o menor impacto socioambiental, desde a preparação do terreno até a revitalização do espaço a partir do momento que já não for viável a utilização do espaço para o armazenamento dos resíduos.

Aterro Sanitário
Foto: transponteslocacoes

Antes de receber o lixo, o solo é impermeabilizado com mantas de PVC e argila, deste modo o solo e os lençóis freáticos ficam protegidos da contaminação. O chorume é coletado e depositado em poços de tratamento.

O biogás, resultante da decomposição do lixo, é captado para ser queimado ou é aproveitado como fonte de energia. Além disso, o aterro prevê a cobertura diária dos resíduos como prevenção contra pragas urbanas.