Arquivo Alfredo Barret Exposição Ecotampas.

Em 2004, o publicitário Alfredo Borret, 32 anos, já estava dentro do mundo da reciclagem ensinando às crianças como reaproveitar garrafas pet. Mas depois de ser questionado se era realmente este material que produzia como lixo, Borret ficou sem palavras, pois as tampinhas de metal era o resíduo mais presente no seu cotidiano. Para dar sentido no seu trabalho como reciclador e artesão usando materiais mais próximos da sua realidade, começou a criar quadros artísticos com as tampinhas em 2007.

O artista plástico usa em média 702 tampinhas para fazer os painéis. Borret conta que desde o início do projeto já tirou do lixo cerca de 300 mil tampinhas as quais recolhe pelos hotéis, restaurantes e bares da vizinhança de Campo Grande (zona oeste do Rio de Janeiro), onde já foram separadas pelos proprietários e apoiadores. Só no último carnaval, o artista conta que decorou a fachada de um camarote com 11mil tampinhas reutilizadas que deram forma a escultura de uma grande mulata na Praça da Apoteose. Borret relata que uma obra leva em média leva de 15 a 20 dias para ficar pronta.

Meu objetivo é despertar um novo olhar para pequenos resíduos que não estão inseridos na reciclagem convencional. Eu escolhi as tampinhas metálicas. Mas quero que outras pessoas façam ou desenvolvam alternativas para outros lixos… Após ver as pequenas tampinhas transformadas em arte, as pessoas despertam um novo jeito de pensar esse tipo de material.”

O reconhecimento das obras de Borret vem de muito tempo. Em 2011, ele foi premiado pelo Jornal O Globo no concurso aniversário do Rio pelas obras que distribuía gratuitamente por pontos turísticos da capital. Em 2012, inovou as suas técnicas e começou a produzir telas de arte com as tampinhas.

Arquivo Alfredo Barret Exposição Ecotampas.

“Meu objetivo é despertar um novo olhar para pequenos resíduos que não estão inseridos na reciclagem convencional. Eu escolhi as tampinhas metálicas. Mas quero que outras pessoas façam ou desenvolvam alternativas para outros lixos… Após ver as pequenas tampinhas transformadas em arte, as pessoas despertam um novo jeito de pensar esse tipo de material” , explica Borret.

O calçadão de Copacababa (RJ), releitura de pessoas, Mona Lisa, São Jorge, dentre outras 18 obras ilustradas nas tampinhas podem ser vistas até o dia 10 de maio na “Ecotampas – se beber, recicle”, exposição que estimula o público a pensar em reciclá-las após o consumo das bebidas para contribuir com a limpeza do meio ambiente e das ruas da cidade.

Serviço

Exposição “Ecotampas – Se beber, recicle”

Data: até 10 de maio

Local: Galpão das Artes Urbanas Helio G. Pellegrino – Rua Padre Leonel Franca, s/n – Gávea (em frente ao Planetário)

Horário: Segunda a sexta, 10h às 16h30.

Sábado: das 10h às 16h

Entrada gratuita