O país anunciou a proibição de todos os produtos à base de glifosato até o fim de 2020, tornando-se o primeiro país da União Europeia a tomar esta iniciativa

Luxemburgo é um dos menores países da Europa, mas foi o primeiro a proibir o uso do glifosato, uma substância utilizada em vários herbicidas.

O Ministério da Agricultura do país estabeleceu o dia 31 de dezembro de 2020 como o prazo para eliminar gradualmente o uso de produtos que o contenham glifosato, incluindo o Roundup, um dos herbicidas mais usados no mundo.

Para eliminar o agrotóxico de seu território, Luxemburgo pretende investir no uso de “produtos fitossanitários modernos que respeitem o meio ambiente”, explicou Romain Schneider, ministro da Agricultura do Grão-Ducado de Luxemburgo, em comunicado à imprensa.

Para atingir esse objetivo, o governo estabeleceu três etapas que deverão ser cumpridas ao longo do ano. A primeira, iniciada no começo do mês, retirou as licenças para comercializar produtos à base de glifosato. O prazo final da segunda etapa esgota-se no dia 30 de junho, quando se espera que os agricultores que ainda possuem esses herbicidas tenham esgotado seus estoques. A terceira e última etapa propõe o fim do uso do glifosato, até 31 de dezembro de 2020.

EUA reconhece que substância não causa câncer

Ao contrário da decisão de Luxemburgo, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos afirmou que o glifosato não é cancerígeno. “A EPA concluiu que não há riscos de preocupação para a saúde humana quando o glifosato é usado de acordo com o rótulo e que não é cancerígeno”, afirmou a agência.

Esta decisão da EPA (sigla em inglês para Environmental Protection Agency), vai favorecer a Bayer (que comprou a Monsanto, então fabricante do pesticida Roundup, por 63 bilhões de dólares em 2018), que enfrenta inúmeras ações judiciais de usuários do Roundup, que alegam ter desenvolvido o câncer ao fazer uso da substância.

Reclassificação de toxicidade no Brasil

Por aqui, mais de 90 produtos formulados à base de glifosato ganharam uma nova classificação de toxicidade, entrando para a lista dos menos perigosos. A publicação com a reclassificação dos agrotóxicos foi publicada no dia 30 de agosto do ano passado, no Diário Oficial da União.

A reavaliação feita pela Anvisa entende que o produto não é carcinogênico e por isso decidiu manter o glifosato no mercado. No entanto, o órgão ampliou as recomendações ao trabalhador rural no manejo da substância, devido aos altos índices de intoxicação, com alta letalidade, em função da contaminação no manuseio. A conclusão é semelhante à obtida em outros países que recentemente fizeram revisão do uso do glifosato no campo, como os Estados Unidos e o Canadá, além da União Europeia.

Para mais detalhes, confira aqui a nota técnica da Anvisa sobre as conclusões da reavaliação do Glifosato.