“Uma tragédia”. Foi assim que  o secretário-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, descreveu como será o futuro se as mudanças climáticas não forem contidas.

O aumento de temperatura na Terra está sendo causado pela ação do homem. Entre as principais atividades que ocasionam o aquecimento global e, consequentemente as mudanças climáticas, estão a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia, atividades industriais e transportes; conversão do uso do solo; agropecuária; descarte de resíduos sólidos (lixo) e desmatamento. Todas estas atitudes emitem grande quantidade de CO² e de gases formadores do efeito estufa.

O Relatório Especial sobre Aquecimento Global, do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, enfatiza que limitar o aquecimento global a 1,5°C “é necessário para prevenir mudanças irreversíveis”.

Para frear o problema, o representante da ONU pontuou quatro medidas essenciais que governos de todo o mundo devem priorizar para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. São elas:

Imposto sobre poluição

O chefe da ONU pediu que a ênfase seja colocada em impostos sobre emissões de carbono, conhecidos como “precificação de carbono”, em vez de serem aplicados sobre os salários.

Fim do subsídio a combustíveis fósseis

Na avaliação de Guterres, o dinheiro de contribuintes não deve ser usado para aumentar a frequência de furacões, a propagação de secas e de ondas de calor, o degelo das geleiras e o branqueamento dos corais.

Cessar a construção de novas minas de carvão até 2020

Energia a base de carvão é um ponto-chave, segundo o Relatório de Lacunas de Emissões de 2018, da ONU Meio Ambiente. Todas as minas atualmente em operação deixam para o mundo cerca de 190 gigatoneladas de CO² . Se todas as minas de carvão atualmente sob construção começarem suas operações e seguirem até o final de suas vidas técnicas, as emissões irão aumentar mais 150 gigatoneladas. Esse fato prejudica a capacidade de limitar o aquecimento global em até 2°C, como previsto pelo Acordo de Paris de 2015.

Foco na economia verde

É definida como uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica. Possui três características principais: baixa emissão de carbono, eficiência no uso de recursos e busca pela inclusão social.