Os impactos das ações humanas têm aumentado em pelo menos mil vezes a taxa de extinção das espécies. O consumo insustentável, a intensificação das atividades agropecuárias e a expansão da urbanização são algumas das atividades que colocam em risco os ecossistemas e a biodiversidade de nosso planeta.

Em todo o planeta, são diversos os locais cuja biodiversidade encontra-se ameaçada. Para avaliar o risco de extinção destes ecossistemas e priorizar ações de preservação, a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) tem trabalhado na criação da Lista Vermelha dos Ecossistemas, um ranking dos habitats ao redor do mundo.

A lista tem como objetivo identificar e classificar os ecossistemas – terrestres, de água doce e marinhos – vulneráveis, ameaçados e criticamente ameaçados. O critério para a classificação inclui quatro sintomas de risco: taxa de declínio na distribuição do ecossistema; distribuição restrita com declínio contínuo ou ameaças; taxa de degradação ambiental (abiótica); e taxa de distúrbio de processos bióticos.

A primeira versão da lista, lançada em maio deste ano, traz, entre as regiões mais ameaçadas, o Mar de Aral na Ásia, as turfeiras da Alemanha, os recifes de corais do Caribe e os Canais do Coorong na Austrália. Conheça um pouco sobre os principais ecossistemas em risco de extinção.

Mar de Aral

Considerado o quarto maior lago do mundo em 1960, o Mar de Aral, que antes ocupava 68 mil quilômetros quadrados, perdeu metade de seu tamanho em 40 anos. A redução em sua extensão é consequência do processo de evaporação, intensificado com o aumento da temperatura global e das sucessivas drenagens feitas pelo regime comunista nas repúblicas da Ásia Central, desviando a água dos rios Amu-Daria e o Syr-Daria que alimentam o lago. O objetivo, agora, é preservar o que resta do mar com a construção de diques.

Mar de Aral
Mar de Aral. Foto: kvitlauk

Turfeiras da Alemanha

As turfeiras são ecossistemas de zonas úmidas, geralmente encontradas nas partes altas – acima de 500m de altitude –, extremamente importantes, uma vez que retém água da chuva, liberando aos poucos para os aquíferos. A degradação de parte considerável deste habitat frágil é consequência da intervenção humana para a criação de pastagens.

Turfeiras da Alemanha
Turfeiras da Alemanha. Foto: pe_ma

Recifes de Corais do Caribe

Segundo relatório da IUCN, a cobertura de coral vivo, que era mais de 50% em 1970, caiu para 8% em 2012. Hoje, 92% das áreas têm apenas rochas com algas e animais marinhos. Este ecossistema sofre com problemas ligados à elevação da temperatura da água, causada pela queima de combustíveis fósseis.

Recifes de Corais do Caribe
Recifes de Corais do Caribe. Foto: petpesca-ufpa

Canais do Coorong

Situada na costa sul da Austrália, a lagoa Coorong é famosa por abrigar uma grande diversidade de aves como cisnes, pelicanos, patos, íbis e gansos. É separada do Oceano Índico pela Península Younghusband e possui cerca de 150 quilômetros de comprimento e 5 quilômetros de largura. Nos últimos anos, muitas de suas águas foram desviadas para uso doméstico e na agricultura, diminuindo o nível do lago e permitindo a invasão de água salgada do oceano. Como resultado, espécies não adaptadas à salinidade têm desaparecido, causando uma acelerada redução no número de espécies aquáticas na região.

Canais do Coorong
Canais do Coorong. Foto: murrayriver