© Depositphotos.com / antiksu Estudo tenta provar que as partículas finas presentes na poluição nos grandes centros urbanos pode causar danos ao cérebro.

Além de todos os malefícios já conhecidos que a poluição pode causar a nossa saúde, estudos recentes apontam que ela também pode ser responsável por um envelhecimento acelerado de nosso cérebro que leva à deterioração cognitiva.

Os pesquisadores examinaram 943 pessoas de pelo menos 60 anos de idade que eram saudáveis na região de New England. Por meio de ressonâncias magnéticas puderam investigar as estruturas cerebrais dos participantes e compararam as imagens com os níveis de poluição do ar nos locais onde eles viviam.

Ao investigar as regiões, os pesquisadores descobriram que um aumento de 2 microgramas por metro cúbico na poluição com partículas finas representava uma redução de 0,32% no volume do cérebro. As partículas finas são aquelas presentes na poluição que vem da exaustão do carro e outras fontes.

Essa alteração no volume do cérebro “é equivalente a cerca de um ano de envelhecimento do cérebro”, disse o autor do estudo Elissa H. Wilker, um pesquisador na unidade de pesquisa da epidemiologia cardiovascular no Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston.

Em geral, a diminuição do volume cerebral é associada à perda de neurônios e acontece com o envelhecimento. Se a poluição também é capaz de acelerar este processo, isto significa que ela prejudica funções cognitivas e contribui para a demência.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas no estudo que viviam em áreas com níveis elevados de poluição tinham volumes menores do cérebro e também estavam em maior risco de acidentes vasculares cerebrais silenciosos em comparação com as pessoas que viviam em áreas onde o ar era menos poluído.

No entanto, os estudos são novos e foram feitos considerando um curto intervalo de tempo, por isso, é preciso cautela ao se relacionar causa e efeito entre a poluição do ar e alterações cerebrais. Uma das possibilidades é que a poluição inflame áreas cerebrais e ajude a provocar acidentes vasculares cerebrais e deficiência cognitiva.

O estudo foi publicado em 23 de abril na revista Stroke American Heart Association.