Os compostos orgânicos que resistem à degradação química, fotolítica e biológica, são conhecidos como Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). Com baixa solubilidade na água, eles têm como característica a sua acumulação nos tecidos adiposos.
Os POPs podem ser encontrados em todo o mundo, mesmo em regiões onde nunca foram fabricados ou manipulados. Isso porque quando liberados, eles são levados pelas correntes marítimas e atingem os pontos mais distantes do planeta. Dessa forma, contaminam a flora e a fauna marinhas de diversas regiões.
De acordo com estudos, eles também podem fazer mal à saúde humana, já que produzem uma ampla gama de efeitos tóxicos em animais e seres humanos, inclusive nos sistemas reprodutivos, nervoso e imunológico, além de causarem câncer.
Isso acontece porque alguns poluentes são capazes de mimetizar ou bloquear determinados hormônios e afetar enzimas que controlam as reações bioquímicas no organismo. Expor uma gestante a estas substâncias pode provocar, por exemplo, a morte do feto e aborto espontâneo, diminuição de peso e tamanho ao nascimento, alterações de comportamento e rebaixamento da inteligência.
Há casos de grandes acidentes ocasionados pela exposição aos POPs, como o de Seveso, na Itália. Na época, altos teores de dioxinas foram liberados e causaram um aumento de doença de pele na região.
É por isso que vem chamando cada vez mais a atenção da comunidade internacional e em 2000 a ONU organizou um documento que define um conjunto de medidas sobre a produção, importação, exportação, uso e eliminação destes produtos.
No documento, chamado de Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, há uma lista de 12 POPs principais, também conhecido como a dúzia suja, agrupados em três categorias. São eles: oito pesticidas, dois químicos industriais e dois subprodutos involuntários de processos industriais de combustão.
A ONU prevê medidas de controle desses compostos para que haja uma redução no número de doenças e de mortes.