Doenças cardíacas e respiratórias, obesidade, depressão e tantos outros problemas de saúde poderiam ser menos frequentes na população, se as cidades fossem mais arborizadas.

Em relatório produzido pela organização americana The Nature Conservancy, os cientistas defendem que as árvores urbanas são uma importante estratégia para a melhoria da saúde pública, devendo ser financiadas como tal para alcançar, com êxito, essa questão.

Os benefícios trazidos pelas árvores são diversos. Só para citar alguns exemplos,
elas filtram o ar, ajudando a remover as partículas finas emitidas pelos carros e indústrias, retêm a água da chuva e diminuem as despesas com o aquecimento global.

Poluição mata

A poluição atmosférica impacta a sociedade de maneira alarmante. Todos os anos, entre três e quatro milhões de pessoas morrem no planeta, em razão dos efeitos causados pelos poluentes. O problema acarreta no aumento do risco de doenças respiratórias crônicas, além de estar associado às doenças cardiovasculares e ao cancro.

As ondas de calor nas áreas urbanas também estão entre as complicações que fazem milhares de vítimas anualmente, em razão da escassez de árvores.

Árvore, sinônimo de saúde

A defesa dos cientistas sobre as árvores urbanas como estratégia de saúde pública é comprovada e reafirmada por diversos estudos. Um deles, realizado pela Universidade de Louisville, nos Estados Unidos, e publicado em 2018 no Journal of the American Heart Association, mostrou que pessoas que vivem em bairros arborizados apresentam menor risco de desenvolver doenças cardíacas e AVC (Acidente Vascular Cerebral). As árvores, além de auxiliarem na redução dos índices de poluição, também ajudam a diminuir o estresse.

Pesquisa anterior apontou que crianças com alto risco de obesidade que moram perto de parques e áreas de recreação estão mais propensas a praticar alguma atividade física, como caminhar até a escola. Para os pesquisadores, fica evidente que o problema — que teve aumento súbito, triplicando no público infanto-juvenil nas últimas duas décadas — tem como grande impulsionador as questões ambientais, e não biológicas ou genéticas.

Saúde mental

Casos de depressão e ansiedade têm aumentado entre os adolescentes e preocupado pais e profissionais da área médica. Mas um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e publicado na revista Health & Place, mostrou que fatores ambientais podem reverter esse quadro. A pesquisa constatou que adolescentes que moram próximo a áreas verdes estão 36% menos propensos a apresentar problemas de saúde mental.

O mesmo benefício é visto quando idosos foram avaliados. De acordo com os pesquisadores, as vantagens específicas para os dois públicos se dão pelo fato de que eles tendem a passar mais tempo dentro da vizinhança, o que favorece o contato com os espaços verdes. Já os adultos em idade produtiva ficam mais tempo fora de casa, envolvidos com o trabalho e outros compromissos.

A equipe responsável pela pesquisa sugere que espaços verdes em zonas residenciais estejam dentro do planejamento urbano, para ampliação dessas áreas. O estudo sugere ainda que a população tenha, pelo menos, uma árvore no quintal ou jardim.