O Brasil é considerado um dos maiores consumidores de produtos agrotóxicos no mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de óbitos por esse tipo de produto vai aumentar 15% até 2020.
Tentando calcular a gravidade deste problema no Brasil, a pesquisadora Larissa Bombardi, professora de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu um Mapa da Contaminação por Agrotóxicos no Brasil.
Esse mapa faz uma análise minuciosa que mostra dados de quanto cada brasileiro consome de agrotóxico por ano. E os números obtidos são alarmantes. Em média, cada pessoa consome 5,2 litros de agrotóxicos ao ano, direta e indiretamente, e isso é como se bebêssemos 2,5 garrafas de refrigerante.
E o mais assustador nisso tudo é que o estudo mostrou que as pessoas que vivem no Paraná, em São Paulo e em Santa Catarina são as mais prejudicadas e expostas ao problema. Porém, nesta pesquisa Larissa incluiu apenas sintomas ligados direta e indiretamente aos agrotóxicos. Caso ela incluísse também as doenças crônicas, como o câncer, esse quadro mudaria bruscamente, ficando 50 vezes pior.
Durante o processo dessa pesquisa, 2007-2014, foram registradas mais de 1.186 mortes ligadas diretamente a esses produtos tóxicos.
Aborrecida com essa situação, a professora declarou em entrevista ao programa De Olho nos Ruralistas: “Isso é inaceitável. Num pacto de civilidade, que já era hora de termos, como a gente fala com tanta tranquilidade em avanço de agronegócio, de permitir pulverização aérea, se é diante desse quadro que a gente está vivendo?”.
Toda essa pesquisa será publicada e incluída em um livro de Geografia, sobre a utilização de agrotóxicos no Brasil. O material, que tem previsão de lançamento para este ano, será apresentado na forma de um atlas, com dados atualizados e detalhes importantes sobre o tema.