Durante o verão na Austrália é comum, devido ao clima seco e a ondas de calor, ocorrer focos de incêndio em florestas da região sudeste do país. Entretanto este ano o Serviço de Meteorologia do país registrou uma onda recorde de calor, cujos termômetros ultrapassaram os 50°C. Dos 20 dias de maior média de temperatura já registradas, oito ocorreram na primeira semana de 2013.

Os meteorologistas foram obrigados a adicionar duas novas cores na escala de temperatura devido a esta onda de calor: roxo escuro e magenta para representar as temperaturas entre 51°C e 54°C.

Ondas de calor na Austrália
Foto: Bureau of Meteorology, Austrália

De acordo com pesquisadores, o fator mais significativo do problema foi a chuva – por incrível que pareça. Nos últimos dois anos, o fenômeno La Niña durou mais tempo, causando mais chuvas nas regiões sul e sudeste da Austrália. Isso impactou no rápido crescimento da vegetação na região, que com o aumento da temperatura se transformou em combustível para incêndios. Além disso, os fatores agravantes nos incêndios também são os ventos fortes e a baixa umidade.

Os malefícios das altas temperaturas estão afetando o cinturão de grãos no país, em especial o plantio de trigo. Grande parte da umidade do solo foi prejudicada pelo calor, e um declínio na produção de trigo pode causar uma alta nos preços, diminuindo os rendimentos da safra de inverno dos Estados Unidos, o maior exportador mundial do grão.

Onda de calor na Austrália
Foto: Tim Wimborne/Reuters

Segundo informações da BBC Brasil, na segunda semana de janeiro deste ano cerca de 300 mil hectares de terra já haviam sido destruídos pelo fogo e muitos animais, cujo habitat eram estas florestas, morreram. As equipes de bombeiro corriam contra o tempo para tentar reduzir e eliminar mais de 120 focos de incêndio.

Na ilha da Tasmânia mais de uma centena de residências foram consumidas pelos incêndios florestais, que contavam com ventos atingindo 70 quilômetros por hora.

O corpo humano também sente estes malefícios e os perigos são altos para a saúde, resultando no aumento dos riscos de desidratação, insolação e exaustão em ambientes onde a temperatura chega a 35°C com muita umidade ou acima de 40°C com baixa umidade.

Cientistas afirmam que parte do aumento da temperatura pode ter sido causado em decorrência de atividades humanas, sendo a outra parte originada por uma ideia vaga de aquecimento global.