O El Niño é um fenômeno climático que acontece devido à elevação anormal da temperatura da água do Oceano Pacífico, provocando significativas alterações no clima em todo o mundo, como mudanças nos índices pluviométricos, no padrão dos ventos e nos deslocamentos das massas de ar quente e úmida. O período de duração deste fenômeno é de dez a dezoito meses e sua ocorrência é de forma irregular, podendo variar os intervalos de dois a sete anos.

El niño
Temperatura da superfície oceânica em 16/07/2013 – Foto: NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos)

Este termo tem origem espanhola e refere-se a “Corrente de El Niño”, nome dado por pescadores da costa do Peru e Equador. Na época do Natal estas regiões costumam receber correntes marítimas de água quente e o fenômeno foi batizado em homenagem ao menino (el niño) Jesus. O termo ficou popularmente conhecido e foi adotado inclusive pelos climatologistas.

Apesar das suas consequências serem conhecidas e haver diversas teorias que tentam explicar o seu surgimento – porém nenhuma comprovada – sabe-se muito pouco sobre a origem e causas do El Niño.

Seca
Foto: ecojovem

Quando esse fenômeno acontece os ventos sopram com menos força no centro do Oceano Pacífico, o que diminui o ressurgimento de águas profundas e acumula a água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul. Isso acarreta na diminuição da produtividade do ecossistema e da população de peixes.

Além disso, as consequências relacionadas ao El Niño provocam aumento na quantidade de chuvas na costa oeste da América do Sul e redução de chuvas – e até secas – na Indonésia e Austrália.

No Brasil, por exemplo, a ocorrência deste fenômeno afeta todo o país de maneiras divergentes. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste há a diminuição das chuvas, que causa seca por longos períodos, aumentando as chances de incêndios florestais. Na região Sudeste existe um grande aumento da temperatura média e preocupação com a umidade do ar. Já na região Sul, além de haver uma elevação da temperatura média entre os meses de maio a julho e setembro a dezembro, há também o aumento da precipitação, resultando em alagamentos e deslizamentos, deixando centenas de pessoas desabrigadas.

Entretanto, quando o fenômeno é inverso – quando há o resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico – dá-se o nome de “La Niña”.