Manejo florestal consiste em usar de forma inteligente os recursos florestais através de técnicas e equipamentos de extração sustentáveis preservando as espécies. No caso da indústria madeireira é feito uma rotatividade produtiva, em que as árvores adultas são cortadas, enquanto as mais jovens crescem para poderem ser cortadas futuramente e novas mudas são plantadas, em um ciclo contínuo de extração e preservação.
É a forma de planejamento e uso correto dos recursos que são retirados da floresta, de maneira a suprir as necessidades econômicas, permitindo a renovação da natureza.
Com o manejo florestal aumentam as possibilidades de continuar aproveitando os recursos naturais ao longo dos anos e diminui o risco de desmatamento e devastação das florestas.
O que define o manejo florestal?
O manejo florestal pode ser definido com um conjunto de técnicas usadas para capturar recursos naturais sem prejudicar o meio ambiente, garantindo a continuação e renovação destes recursos permitindo o seu uso contínuo.
Quais são os benefícios do manejo florestal?
As vantagens de se utilizar as técnicas de manejo florestal são:
● Garantia de produção de madeira por tempo indefinido;
● Redução do desperdício dos recursos naturais;
● Aumento da produtividade e geração de riquezas;
● Menos impacto a fauna e flora silvestres;
● Diminuição dos acidentes de trabalho;
● Engajamento social.
As empresas que usam as técnicas de manejo florestal são também beneficiadas, pois, sustentabilidade gera bons créditos como o selo verde, por exemplo, boa reputação no mercado e na sociedade. O não uso do manejo florestal é crime e está sujeito à penalidades.
Como funciona o manejo florestal na extração de madeira?
A principal base para o manejo florestal na extração de madeira é o ciclo de corte que define com que frequência determinada área será explorada.
Digamos que a área a ser explorada possui um ciclo de vinte e cinco anos, então ela é dividida em vinte e cinco partes, cada parte será explorada ao longo de um ano, isso significa que a primeira parte explorada só voltará a ser explorada após vinte e cinco anos, esse tempo permite a recuperação desta área e crescimento de nova vegetação.
Os produtos derivados da exploração manejada são certificados por diversos órgãos ambientais, dentre eles o órgão de maior abrangência em expedição de certificação florestal, denominado FSC (Conselho de Manejo Florestal), estando presente em 65 países.
Certificação Florestal
O FSC aplica critérios universais de acordo com o tipo de manejo e floresta a ser explorada, levando em conta as condições locais de cada país ou região, seguindo uma lista de princípios que devem ser observados antes da emissão do “selo verde”:
1. Obediência à legislação nacional, local, tratados e acordos internacionais relacionados ao meio ambiente;
2. Respeito aos direitos de populações tradicionais e indígenas;
3. Garantia dos direitos dos trabalhadores florestais promovendo seu bem-estar e segurança;
4. Viabilidade econômica da floresta promovendo o uso racional da matéria orgânica, garantindo benefícios sociais e ambientais;
5. Clareza do plano de manejo em seus objetivos de médio e longo prazo, devendo ser revisado constantemente;
6. Monitoramento constante da floresta para avaliação de possíveis impactos/benefícios das intervenções em sua estrutura;
7. Manutenção das chamadas florestas de alto valor de conservação;
8. Avaliação técnica, econômica e social das plantações florestais em suas áreas de influência.
Além dos certificados ambientais para as empresas que fazem o manejo florestal, o governo brasileiro criou um programa de preservação florestal em parceria com famílias carentes, a fim de evitar a extração ilegal de espécies ameaçadas.
Programa Bolsa Verde
O Bolsa Verde é o programa de apoio à conservação ambiental, uma concessão de incentivo financeiro para agricultores e pequenos produtores rurais com coordenação do MMA (Ministério do Meio Ambiente), o programa conta com várias parcerias público/privadas e tem os seguintes objetivos:
A conservação, manutenção e sustentabilidade dos ecossistemas através da promoção da cidadania e melhora das condições sociais e econômicas da população beneficiária e o incentivo a esta população na participação de ações de capacitação ambiental, social, técnica e profissional.
As famílias que podem participar do projeto Bolsa Verde são aquelas que se encontram em situação extrema de pobreza, que apresentam renda mensal de R$ 60 reais por pessoa e que estejam registradas no cadastro único.
Os participantes do Bolsa Verde têm o dever de desenvolver atividades de conservação ambiental nas áreas de florestas nacionais e reservas federais administradas pelo ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) ou ainda em projetos de assentamento florestal, projetos de desenvolvimento sustentável e outros projetos do gênero, além de áreas rurais consideradas de alta prioridade pelo governo.
As famílias beneficiárias recebem o valor de R$ 300,00 a cada três meses durante dois anos havendo possibilidade de renovação deste prazo.
Os estados participantes se encontram no território da Amazônia Legal, que abrange as seguintes localidades: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do estado do Maranhão.
O Bolsa Verde pretende melhorar a manutenção e recuperação da cobertura vegetal nativa de diversas áreas, através colaboração dessas famílias na conservação e no reflorestamento de espécies nativas.