Em todo o mundo, o uso de mensagens móveis está crescendo a uma taxa mais elevada do que qualquer outro aplicativo móvel. O Whatsapp é o aplicativo de mensagens mais popular do mundo, com mais de 2 bilhões de usuários – 120 milhões só no Brasil. Cerca de 500 milhões de pessoas no mundo têm uma conta no Telegram. Uma pesquisa da empresa de dados e análises móveis App Annie, realizada este ano, apontou que o tempo médio global gasto em aplicativos de dispositivos móveis foi de 4,2 horas por dia – os brasileiros gastaram, em média, cinco horas diariamente.

Estima-se que, em todo o mundo, 294 bilhões de e-mails tenham sido enviados e recebidos diariamente de 3,7 bilhões de usuários só no ano passado.

Todas essas comunicações significam que há muitos fluxos de dados ocorrendo. Sim, fluxos de dados consomem energia e, portanto, liberam CO2. Então, do ponto de vista ambiental, é interessante saber qual é a opção mais sustentável. Devemos usar SMS, uma mensagem instantânea através de um aplicativo ou enviar um e-mail?

Tecnologias diferentes, impactos diferentes

Você deve estar pensando que os impactos das mensagens têm a ver com o tipo de smartphone, certo? Mais ou menos. O aparelho precisa de eletricidade para funcionar e enviar uma mensagem. Mas a energia necessária para gerenciar, transportar e armazenar esses dados é o que mais conta.

Um SMS, uma mensagem instantânea ou um e-mail não compartilham o mesmo impacto ambiental porque eles não usam as mesmas tecnologias. Enquanto o SMS usa as frequências da telefonia convencional, as mensagens instantâneas e os e-mails usam fluxos de dados da Internet. Essas são maneiras diferentes de processar dados que gastam diferentes quantidades de energia.

Um e-mail médio simples emite 4g de CO2. Um SMS, 0,014g – esses são alguns dos cálculos que Mike Berners-Lee, um dos maiores pesquisadores sobre sustentabilidade, escreveu em seu livro How Bad Are Bananas? (em português “Quão ruim são as bananas?”). A obra fala sobre as pegadas de carbono de vários produtos. Entre outras variáveis, o autor usou dados de torres de celular, transferências de dados e centros de dados para suas contas.

Dados fornecidos pela operadora móvel multinacional Vodafone, um SMS com um peso máximo de 140 bytes emite 0,00215g de CO2 – menos que o e-mail.

Em relação às mensagens instantâneas, ainda não há dados concretos que permitam prever sua pegada de carbono. No entanto, como essas comunicações usam redes de internet, é razoável pensar que sua pegada de carbono está mais próxima de um e-mail.

É, podemos dizer que usar SMS é mais sustentável do que usar mensagens instantâneas ou e-mails. Mas uma mensagem com mais de 160 caracteres aumentaria a energia gasta e aí essa conta muda já que, ao adicionar megabytes extras, aumentamos a pegada de carbono. Lembra que quanto mais dados a serem processados, mais energia é necessária?

Estima-se que o intercâmbio mundial de mensagens de texto emita 32.000 toneladas de CO2 por ano, o que é muito pouco se comparada à pegada total da humanidade: 40 bilhões de toneladas no mesmo período. Ou seja, é muito mais emergencial revitar outros hábitos. De toda forma, quando a gente pensa em meio ambiente, tudo importa. Neste caso, se é para agir da forma mais sustentável, o melhor é voltar ao bom e velho SMS de anos atrás. De preferência, sem anexos.