Lixo
Foto por: epSos.de

Quando o assunto é a degradação do meio ambiente, problemas climáticos, efeito estufa, aquecimento global ou espécies em extinção, é difícil não pensar nos hábitos humanos e em seu modo de vida descuidado em relação ao seu habitat.

O sistema econômico capitalista levou a sociedade a seguir um caminho que não prioriza a preservação e alternativas sustentáveis. Nos últimos anos, tem-se falado mais e mais sobre as mudanças climáticas e alternativas de sustentabilidade, contudo, é importante não se esquecer que o consumismo continua a todo vapor, gerando lucros às empresas e movimentando a economia que prioriza o instante á eternidade.

A própria estrutura política e comercial do Brasil e de muitos outros países do globo, como os EUA, não se movimenta em prol do meio ambiente. Evidentemente, as empresas estão, cada vez mais, criando políticas de conscientização ambiental, todavia, suas principais formas de produção ainda são voltadas ao que é cômodo, ao que diminui os custos e ao que é acessível aos seus consumidores. Infelizmente, não são todas as pessoas que estão dispostas a cobrir os custos da sustentabilidade e a assumir a responsabilidade por décadas de displicência socioambiental.

Alterações no Clima

Mudanças Climáticas
Foto por: Global Water Partnership – a water secure world

E enquanto as comunidades discutem sobre as medidas possíveis para a reversão da destruição do meio ambiente, a Terra esquenta. Estudos científicos já apontaram que o aumento da concentração de gases na atmosfera provenientes da queima de combustíveis fósseis, automóveis e, até mesmo, de incêndios florestais, com a ajuda da derrubada de florestas tropicais, resultou no aumento de 1 grau centígrado na temperatura do planeta, nos últimos 100 anos. Alguns lugares chegaram a aquecer até 2 graus.

Embora pareçam números pequenos, essa alteração é a principal responsável pelo derretimento das geleiras, ocasionando o aumento dos níveis do mar. Contudo, os problemas com as mudanças climáticas atingem cada região de uma forma específica. Em São Paulo, uma pesquisa realizada no mês de junho pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indica que, entre 2070 e 2100, uma elevação de cerca de 2 a 3 graus na temperatura regional dobrará o número de dias com chuvas intensas, acima de 10 milímetros, na capital.

Estima-se que, até 2030, mais de 20% da área total da expansão urbana da Região Metropolitana de São Paulo estará vulnerável e poderá ser afetada por acidentes naturais provocados pela chuva. Em média, 11,17% dessas ocupações poderão ser áreas de risco de deslizamento. Além disso, o crescimento urbano também é um dos fatores que contribuem para problemas com enchentes e inundações, devido à dinâmica natural das cheias e das intervenções humanas nos cursos d’água e da alta impermeabilidade do solo urbano.

Resíduos Sólidos

O grande volume de água que correrá pelas ruas e pelos bosques próximos durante as enxurradas carregam detritos sólidos, muitas vezes contaminados, que cairão na rede hidrográfica e se acumularão em trechos de menor declive do leito, prejudicando a vida dos animais próximos e dificultando o tratamento da água.

Outros impactos gerados pelo homem

Mas não é só no Brasil que a interferência humana prejudica a vida da fauna e da flora. A história mundial é marcada por grandes catástrofes na natureza provocadas pelo homem, como o polêmico acidente nuclear de Chernobyl, em 1986, que deixou vários rios da região contaminados por mais de 15 anos.

Recentemente, outro acidente nuclear, estimulado por um terremoto e um tsunami, deixou marcas profundas na biodiversidade de Fukushima. Mesmo depois de um ano da ocorrência do incidente, 40% das espécies de peixes que vivem no fundo do mar apresentam níveis de contaminação, o que pode indicar que a usina ainda está vazando material radioativo no oceano.

Apesar dos estímulos naturais, a comissão parlamentar que investigou a tragédia no Japão, afirmou que a responsabilidade do ocorrido é do homem, pois eles falharam no dever de proteger a população e a sociedade. A questão principal, porém, não é admitir a culpa, é admitir que erraram e que vão continuar errando ao manter a usina porque ela gera lucro ao país.

Assim como o vazamento de óleo no Golfo do México e na Bacia de Campos, onde a postura dos responsáveis é a mesma. Pedem desculpa por terem sufocado e matado centenas de animais, por terem contaminado o oceano devido a um erro de cálculo. Entretanto, o homem não deixará de instalar usinas, não deixará de se arriscar a contaminar os mares e a matar os animais. Afinal, as conseqüências serão problema do futuro.

Já é hora do ser humano mudar sua conduta em relação ao meio ambiente, já é hora de entender que o planeta Terra precisa dele, assim como ele precisa do planeta Terra.