Nem todo mundo sabe, mas o Brasil exporta um volume de minério maior que o Peru e a Bolívia, mesmo que o país não se reconheça como minerador. Para o Plano Nacional de Mineração “o segmento da mineração é o mais dinâmico nessa nova etapa, com crescimento médio de 10%, devido à intensidade das exportações”, o que vincula a imagem da mineração como uma lembrança da sociedade nos séculos XVII e XVIII.

Vocação

Boa parte da população, acredita que o Brasil é um país com vocação para agricultura, devido a monocultura do café, o retorno da cultura do açúcar/etanol, soja e aos modernos ciclos agrários que condizem com esse pensamento. Porém, essa ideologia é compenetração utilizada por ruralistas, que visam o agronegócio e “agribusiness”.

Vista disso, um bom exemplo é o ferro. O mineral representa 90% dos bens exportados, o que em uma discussão diversificada faz com que esta parcela seja caracterizada como uma exploração e não exportação.

Na Serra de Carajás, entre a mina de Carajás e o porto da Ponta da Madeira, no litoral do Maranhense, é possível identificar 24 viagens de ida e volta pelo trem com 300 vagões que transportam por dia “576 mil toneladas do melhor minério de ferro do mundo, com pureza de mais de 65% de hematita, sem igual na crosta terrestre” afirma Lúcio Flávio Pinto, de acordo com a matéria publicada no portal da Carta Capital. “Algo que pode ser consumi em 80 anos”, acrescenta o mesmo.

Riqueza que requer cuidado

A portaria 303 da AGU (Advocacia Geral da União), remove os direitos da população indígena em desfrutar livremente do uso e das vantagens de suas terras, facilitando e dando invisibilidade a multinacionais, multilatinas e empresas como a Vale, utilizar de suas tecnologias e poder executivo para continuar exportando espinhaços de minérios. Com a aprovação do Código Florestal (que estimula o desmatamento) pelo Congresso Nacional, não apenas o povo indígena é afetado, comunidades locais e redondezas também sofrem com alta demanda de exportação.

Os impactos negativos na Estrade Ferro Carajás e da exportação de minérios podem ser incalculáveis se os procedimentos jurídicos e legislativos mantiverem sua flexibilidade, visando apenas o lado do mercado. O pragmatismo capitalista pleiteia que a área seja acessível, apesar de boa parte estar sobre os povos indígenas.

Contudo, resistências sociais e políticas ainda não suficientes para chamar olhares da grande parte da população quando o assunto é a riqueza dos nossos recursos naturais.