É praticamente impossível sabermos todos os efeitos do aquecimento global. Mas um deles vem preocupando especialmente os americanos. Trata-se da ação da Naegleria fowleri, uma ameba que tem a capacidade de causar uma doença rara, a Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP). Como a ameba se torna infecciosa apenas no contato com a água morna, acredita-se que o aquecimento global possa provocar o aumento de contaminações.
Os americanos ficaram especialmente aterrorizados em agosto deste ano, quando foi divulgado o caso de uma menina de apenas 12 anos que passara a ter o seu tecido cerebral destruído pelo avanço da MAP. A menina foi infectada após nadar em um lago artificial no Willow Springs Water Parkn, em Little Rock, no estado americano do Arkansas.
Esta é exatamente a forma de atuação da ameba, apelidada pela imprensa americana de “ameba comedora de cérebros”: ela entre pelo nariz e, após deslocar-se para o cérebro, o destrói gradativamente, alimentando-se dele. Desde 1962 já foram detectados 128 casos de Meningoencefalite Amebiana Primária, com apenas dois casos de sobrevivência. O segundo deles foi exatamente a garota infectada este ano no Arkansas.
A preocupação agora é a de que o aquecimento global acabe elevando a temperatura das águas de alguns rios e lagos a ponto de gerar uma proliferação acelerada da ameba e da doença que ainda não tem cura. A MAP possui uma taxa de fatalidade de 99% e leva dias para matar depois do surgimento dos sintomas que são semelhantes à meningite ou a uma gripe forte. No Brasil não existem dados oficiais ou alertas sobre a doença. Mas não custa nada, é claro, tentar evitar o contato das narinas com locais de água doce, aquecida e sem o devido tratamento de cloro, sobretudo em um planeta cada dia mais quente.