Monocultura
Foto: ricardofunari

O sistema implantado no Brasil desde o século XVI é realizado por meio da substituição da cobertura vegetal original por uma única cultura. Uma prática perigosa e que traz muitos impactos ambientais negativos para o solo e para o meio ambiente.

Isso porque, ao derrubar – em alguns casos, queimar – uma grande área, há a interrupção do processo natural de reciclagem dos nutrientes, tornando o solo pobre e diminuindo a produtividade.

Além disso, entre os fatores negativos, podemos citar compactação do solo, desmatamento, consumo excessivo de água e energia em projetos irrigados e processo de assoreamento de rios e nascentes. O sistema ainda compromete a biodiversidade, aumentando a população de insetos e diminuindo a quantidade de animais silvestres.

Ao retirar uma área vegetal diversificada, os animais também enfrentam problemas, já que passam a ter dificuldade em se alimentar, encontrar abrigos e, consequentemente, se reproduzir. Existem casos em que os animais que sobreviveram procuraram áreas urbanas para se abrigar, tornando-se presas fáceis.

Os impactos da monocultura atingem também a economia e a sociedade. Isso porque o sistema corre risco com doença ou pragas, além da queda do preço do produto no mercado, colocando a cadeia produtiva regional em perigo.

Nesse sentido, há uma maior incidência de êxodo das populações rurais, já que na monocultura há uma redução do uso da mão de obra. Estima-se que em fazendas que cultivam produtos nesses sistemas existam apenas 350 mil trabalhadores assalariados. Uma pequena propriedade empregaria o dobro desse número.

Dessa forma, os impactos ambientais e sociais tornam o processo insustentável, já que degrada todos os aspetos considerados bons para o desenvolvimento.

O aumento no uso de agrotóxicos

Agrotóxico
Foto: racismoambiental

A monocultura faz com que o uso de agrotóxicos seja maior. Isso porque, como dito anteriormente, o risco de pragas é mais perigoso nesse sistema, já que pode comprometer toda a cadeia.

Em 2010, o Brasil representou 19% do mercado mundial de agrotóxicos, à frente dos EUA, que representou 17%. No país, a quantidade de fertilizantes químicos utilizados chama a atenção e chega a até 500 kg por hectare no cultivo de algodão.