Dados do Inpe mostram um aumento de 61% no número de incêndios em setembro, em relação ao mesmo período do ano passado.

O número de incêndios florestais na Amazônia brasileira teve um aumento acentuado no último mês de setembro de acordo com os dados oficiais divulgados no último dia primeiro de outubro.

Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) os incêndios na Amazônia brasileira aumentaram 60% em setembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto no Pantanal, a maior área úmida do planeta, disparou 180% no período e registrou um recorde histórico.

Os satélites usados ​​pelo Inpe detectaram mais de 32 mil focos no mês passado na Amazônia, ante 19.925 no mesmo mês de 2019. Nos primeiros nove meses do ano, o número total de incêndios aumentou 14% em relação ao mesmo período de 2019, informou o Inpe.

Segundo o Greenpeace Brasil, na Amazônia, grande parte das queimadas e incêndios florestais estão relacionados ao processo do desmatamento. No Pantanal, diferente da Amazônia, o fogo pode ocorrer naturalmente, mas geralmente em menor intensidade e em períodos de chuva, o que diminui seu impacto. Este ano, entretanto, o bioma encontra-se sob influência da pior seca das últimas décadas, o que facilita a propagação do fogo que, segundo indicam investigações, teve origem criminosa em poucas fazendas. “O Brasil está em chamas. Da Amazônia ao Pantanal, o patrimônio ambiental de todos os brasileiros está sendo reduzido a cinzas”, disse Christiane Mazzetti, do Greenpeace, em nota.

E mesmo com os dados divulgados pelo Inpe, órgão público de renome mundial, o presidente Jair Bolsonaro continua dizendo que este fato trata-se de uma campanha de “desinformação” sobre o Pantanal e a Amazônia. Num discurso em vídeo para uma cúpula da biodiversidade da ONU, Bolsonaro disse que o Brasil estava “firme em seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a preservação de nossa riqueza ambiental”.

A maioria dos incêndios na Amazônia ocorrem devido às queimadas agrícolas em áreas desmatadas ilegalmente, embora o governo tenha proibido essa prática por quatro meses, a partir de julho.