Macaco mascarado
Foto: livejournal

Em meio ao caótico trânsito de Jacarta, capital da Indonésia, circulam os macacos artistas, animais que são explorados, mantidos acorrentados e em condições precárias por seus treinadores. Adestrados para entreter quem passa pelas ruas da província, eles se fantasiam, dançam e até montam pequenas bicicletas. Contudo, após ambientalistas e a sociedade contestarem a legalidade desta prática, as autoridades locais decidiram proibir o uso dos bichos em tais atividades e adotar estratégias de recuperação dos espécimes.

Os maus-tratos a estes animais ocorrem de diversas formas, como agressões, retirada de seus dentes, medida que visa evitar que eles mordam as pessoas e o condicionamento a andarem sobre as duas patas traseiras, no intuito de parecerem humanos, ação que causa ferimentos aos seus pés, pois seus membros inferiores não são resistentes ao contato com o asfalto. Os “topeng monyet” (“macacos mascarados”, numa tradução do idioma indonésio) são mantidos em gaiolas apertadas, no que se pode chamar de “vila dos macacos”, na periferia de Jacarta.

Obviamente, as torturas infligidas aos animais causam uma série de danos como, por exemplo, a remoção das presas faz com que as gengivas fiquem inchadas, e os constantes abusos geram sintomas relacionados a estresse, levando os macacos a demonstrarem comportamentos agressivos ou até medo excessivo quando alguém se aproxima.

A organização não governamental Jakarta Animal Aid Network (JAAN) é uma das principais envolvidas na campanha de salvamento dos “topeng monyet” e, segundo o site da ONG, já foram resgatados aproximadamente 60 bichos. As autoridades locais irão abrigar os bichos no centro de preservação Jakarta’s Ragunan Zoo, pois, infelizmente, os procedimentos de adestramento os tornam incapazes de sobreviver em ambientes selvagens.

Macaco
Foto: vimeo

Sem dúvidas a proibição irá auxiliar a preservar a saúde dos macacos e abolir uma atividade que explora os elementos da fauna. No entanto, além da questão ambiental, os treinadores alegam que a medida acabará com sua principal fonte de renda, já que a exibição dos macacos rende algo em torno de R$ 350 por mês.

Em contrapartida, o governo de Jacarta oferece aos criadores a compensação de cerca de R$ 200 por cada espécime entregue e pretende fornecer cursos profissionalizantes, visando evitar problemas sociais. Ou seja, basta um pouco de boa vontade e engajamento dos diversos setores da sociedade para que o abuso de animais seja impedido.