istock.com / themanwhophoto A eutrofização pode formar uma camada espessa de algas nas margens de rios, lagos ou oceanos, afetando drasticamente a vida aquática.

Quando algas e outros vegetais aquáticos começam a se reproduzir incontrolavelmente, é caracterizado um fenômeno chamado de eutrofização das águas. A eutrofização torna as águas dos rios ou oceanos verdes e, uma vez que elas ficam cobertas de plantas que formam uma cobertura produtora de oxigênio, fazendo com que os peixes dificilmente consigam sobreviver nessa situação.

O que é eutrofização?

A eutrofização é causada principalmente pela poluição das águas vindas de esgotos sem tratamento e pelo derramamento de dejetos químicos e adubos fertilizados, que alteram drasticamente a vida aquática.

Os organismos que vivem nas águas dos rios ou oceanos precisam de oxigênio para sobreviver, e há também a necessidade de potássio, enxofre, cálcio e fósforo para que os vegetais possam realizar a fotossíntese. Quando acontece a eutrofização, essas substâncias são alteradas, fazendo com que esses organismos comecem a crescer de forma extremamente rápida, contrariando o processo natural lento.

A eutrofização grave forma uma camada espessa de algas nas margens, impedindo a entrada de luz na água. Sem luz, não há a fotossíntese e ocorre o rompimento da cadeia de vida natural marítima ou fluvial. Uma das consequências mais graves da eutrofização é a mortalidade de peixes, que pode até mesmo gerar uma extinção de espécies. Há ainda a proliferação desmedida de bactérias e a redução drástica da diversidade biológica aquática.

Próximo às margens de águas com eutrofização, é comum sentir um odor forte criado por gases tóxicos, que se destacam cada vez mais pela ausência de oxigênio.

Eutrofização no Espírito Santo

No Espírito Santo, a Lagoa Maringá, localizada em Manguinhos e próxima à rodovia ES-010, está sofrendo com a eutrofização há pelo menos 11 anos. Coberta pela gigoga, uma planta que se desenvolve com a poluição, a lagoa recebeu uma limpeza em 2014 — mas a ação não foi suficiente para exterminar as causas da eutrofização, que vem crescendo a cada ano.

A causa da proliferação das gigogas é o esgoto sem tratamento que continua sendo despejado no local. Segundo especialistas, o baixo nível da água impede a entrada de máquinas para fazer uma limpeza adequada na lagoa e para colocar uma draga. A perspectiva é que chova bastante para aumentar o nível das águas e haja a possibilidade de entrar com as máquinas adequadas.

O governo do Espírito Santo vem trabalhado para combater a poluição por meio de fiscalização e aplicação de multas para quem continua despejando esgoto na lagoa, mas ainda está longe de encontrar a solução.

As gigogas são plantas aquáticas flutuantes que limpam o ambiente. Isso seria positivo não fosse seu rápido desenvolvimento, devido ao excesso da poluição que a alimenta e que impede a entrada de luz, atrapalhando a fotossíntese das algas. Sem luz e sem oxigênio, as algas acabam morrendo e se decompondo, aumentando a proliferação de bactérias – assim como os peixes e outros animais aquáticos, que morrem por asfixia e pela contaminação