Luke Robinson/Creative Commons O calor e a seca são exemplos de eventos extremos que acometem o hemisfério sul.

Nos últimos anos, as áreas urbanas de todo o mundo tiveram consideráveis aumentos nas ondas de calor e de frio, intercalando entre períodos prolongados de temperaturas extremamente quentes e geladas.

A nevasca que tomou conta da Costa Leste dos EUA e o calor e a seca que assustam o Sudeste brasileiro há meses são exemplos desses eventos. Dados de uma pesquisa publicada pela revista científica Environmental Research Letters, revelam que, nos últimos 40 anos, mais da metade das áreas estudadas, cerca de 650, tiveram um aumento significativo do número de dias extremamente quentes.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores trabalharam com registros do Centro Nacional de Dados Climáticos (NCDC, na sigla em inglês), que envolvem observações diárias de índices de chuvas, de temperatura do ar e velocidade do vento. A ideia era observar os dados em escala global e a examinar disparidades entre áreas urbanas e não urbanas.

O ano 2014, aliás, foi considerado o ano mais quente desde o início dos registros, em 1880. De acordo com especialistas, os eventos extremos vão se multiplicar nas próximas décadas, resultado da enorme concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

Calor está por trás da nevasca nos EUA

Foto: www.culturamix.com Catástrofes como enchentes e furacões também podem se tornar mais comuns.

Pode soar estranho, mas o calor é um dos responsáveis pela nevasca nos EUA. Isso porque, o prolongamento do verão no Ártico acelerou o derretimento de geleiras, causando umidade na atmosfera e, consequentemente, dando origem as nevascas.

Esse fenômeno acontece geralmente no Leste dos EUA, na Europa e na Ásia, que normalmente têm invernos mais frios.  Essa relação entre a neve no Hemisfério Norte e o calor no Sul do planeta já estava prevista pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Para os próximos anos, espera-se um revezamento frequente entre grandes tempestades e períodos de longa estiagem. Além disso, a incidência de catástrofes ambientais também aumentará – dentre elas furacão, secas sem precedentes, nevascas em regiões que não tem inverno tão rigoroso, tsunamis entre outros.