Em meio a preocupações crescentes sobre os impactos da crise climática e esforços emergenciais para combatê-la, uma notícia animadora surge em um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros.

Publicado no periódico “Sustainable Production and Consumption” da Science Direct, o estudo aponta que se o desmatamento for zerado na Floresta Amazônica, o bioma pode se expandir em mais de 15 mil hectares até 2050 no estado do Tocantins.

Os pesquisadores, ao analisarem as dinâmicas de uso e ocupação do solo da Floresta Amazônica no Tocantins entre 2000 e 2020, observaram não apenas a regeneração ambiental potencial de 15 mil hectares, mas também identificaram um possível benefício social estimado em 21 milhões de dólares para a região.

Ao considerar a capacidade de captura de carbono da vegetação e projetar custos sociais do carbono, o estudo prevê o estoque em 2050 caso os esforços de controle de desmatamento e combate a queimadas, juntamente com a fiscalização adequada do Estado brasileiro, se mantenham eficazes.

As florestas desempenham um papel crucial na resposta à crise climática, especialmente no serviço ecossistêmico de estoque de carbono. O rompimento desse ciclo é uma das principais causas das mudanças climáticas, destaca Junior Ruiz Garcia, um dos autores do estudo e coordenador do Grupo de Estudos em MacroEconomia Ecológica.

O aumento da concentração de carbono na atmosfera é considerado responsável pelas mudanças climáticas, afetando negativamente atividades econômicas, bem-estar humano e até levando à morte precoce de pessoas e animais, explica Garcia.

Milton Marques Fernandes, professor de Engenharia Florestal da UFS, destaca a importância de estimar os custos econômicos e sociais para ilustrar a importância da preservação ambiental, especialmente nas áreas agrícolas.

O Tocantins, com mais de 225 mil focos de queimadas entre 1998 e 2016, enfrentou alterações na dinâmica do solo devido à expansão do agronegócio, mineração, construção de estradas e comércio ilegal de madeira. A agricultura tocantinense, em 2020, foi responsável por 46% das emissões brasileiras de dióxido de carbono.

Apesar dos desafios, os pesquisadores consideram encorajadora a constatação de áreas abandonadas, anteriormente desmatadas, agora em processo de regeneração, contribuindo para a captura e estocagem de carbono.

O desafio futuro é manter as políticas de proteção do bioma, especialmente nessas áreas que se tornaram focos de regeneração ambiental na região. O monitoramento e controle contínuos do desmatamento são cruciais para garantir a preservação da biodiversidade, mitigar as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável.

Com informações da Revista Fórum.