iStockphoto.com / taviphoto Ave conhecida como tentilhão lidera o ranking das mais abatidas.

O Bird Conservation divulgou a primeira pesquisa que monitora o abate de aves na região do Mediterrâneo. Os resultados mostraram que o chocante número de 25 milhões de animais são caçados por meio das mais diversas práticas. Muitos são pegos em armadilhas, abatidos a tiros ou, até mesmo, envenenados.

Mesmo nos países que possuem duras leis contra a caça ilegal de animais a matança é generalizada. Os países da porção européia do Mediterrâneo, por exemplo, são responsáveis por pelo menos metade dos abates.

Bill Oddie, um ornitólogo e conservacionista britânico, responsabiliza os grupos de caças e os próprios burocratas por esse triste cenário, pois, ao fazerem vista grossa à matança, acabam por serem coniventes com ela.

“No Egito, um trecho de 70 quilômetros da costa foi encontrado com redes de alta névoa para pegar codornas”, disse Oddie ao Tge Guardian. “Em alguns países, como Chipre, a matança de aves é em escala industrial”. Ele ainda afirma que em muitos países europeus os políticos que deveriam estar defendendo as leis, são também caçadores e as violam.

A autora do estudo, Ann-Laure Brochet, explica que impedir essas práticas se torna ainda mais difícil nesses países, pois existem aspectos culturais e de tradição que ainda enaltecem a caça. A pesquisa veiculada pela Bird Conservation sugere que Itália e Egito são os países mais perigosos para as aves migratórias, seguido de Síria, Líbano e Chipre. Na Itália, onde cerca de 5,6 milhões pássaros são mortos a cada ano, mais de 150 espécies são abatidas em números significativos.

O relatório também mostra os métodos mais comuns de abate entre os caçadores e denunciam verdadeiras torturas pelas quais os animaizinhos passam. Alguns são atraídos por gravações com cantos de pássaros, outros ficam presos por colas que caçadores aplicam em árvores, outros ainda utilizam redes ou produtos tóxicos para envenenamento.

Brochet afirma que o número de aves na Europa diminuiu drasticamente nos últimos 20 anos e que esse massacre já causa inúmeros danos ambientais na região. Em maio desse ano, mais de 100 organizações se mobilizaram e exigiram ações efetivas da Comissão Européia no sentindo de efetivamente inibir esse tipo de prática e punir caçadores de aves.

Confira as seis aves que lideram o ranking das mais abatidas no Mediterrâneo:

iStockphoto.com / taviphoto Nome científico: Fringilla coelebs
Nome comum: Eurasian Chaffinch (tentilhão)
Número de aves abatidas: 2,9 milhões
Flickr / 黑頂林鶯(Sylvia atricapilla#Eurasian Blackcap) Nome científico: Sylvia atricapilla
Nome comum: Eurasian blackcap (blackcap)
Número de aves abatidas: 1,8 milhões
Flickr / Sid Mosdell Nome científico: Coturnix coturnix
Nome comum: Common quail (codorna)
Número de aves abatidas: 1,6 milhões
Flickr / David Short Nome científico: Turdus philomelos
Nome comum: Song thrush (torto)
Número de aves abatidas: 1,2 milhões
Flickr / José Manuel Armengod Nome científico: Melanocorypha calandra
Nome comum: Calandra lark (calhandra-real)
Número de aves abatidas: 0,9 mil
Flickr / Gary Leavens Nome científico: Alauda arvensis
Nome comum: Eurasian skylark (laverca)
Número de aves abatidas: 0,7 mil

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