Poluição
Foto: info.abril

Os efeitos das mudanças climáticas já podem ser sentidos pelo homem, principalmente com a recorrência de catástrofes naturais em diversas metrópoles do mundo. No entanto, as conturbações atmosféricas também são responsáveis pela degradação e até devastação completa de alguns ecossistemas. Sendo assim, um estudo publicado na revista norte-americana Nature afirma que as espécies estão se deslocando devido ao aquecimento global.

De acordo com o levantamento, à medida que os animais não suportam viver mais em seus habitats originais, são motivados a rumar para outros locais, buscando melhores condições de vida. Contudo, as alterações meteorológicas estão em progresso atualmente e, por isso, são criados novos climas e ambientes que ainda não podem ser assimilados pela fauna nem entendidos pelos especialistas, ou seja, os padrões e as consequências dessas perturbações são desconhecidos por todos os habitantes do planeta.

Produzido por um grupo internacional de pesquisadores, incluindo os australianos membros da Comunidade Científica e Organização de Pesquisa Industrial (CSIRO, sigla original em inglês), o estudo considerou mapas globais sobre a velocidade e direção das mudanças de temperaturas de 1960 a 2009 para analisar a distribuição das espécies. Através dessa metodologia, o resultado obtido foi elementos geográficos (como montanhas e o litoral) que podem funcionar como barreiras ou imãs, influenciando a migração dos bichos.

Desta forma, os exames revelaram que vários tipos de peixes e invertebrados do Hemisfério Sul já partiram em direção a regiões mais frias, enquanto isso, na superfície, os espécimes procuram escapar do calor ao seguirem para áreas à beira-mar. Entretanto, tais movimentações da fauna causam graves efeitos colaterais na natureza, pois, à medida que algumas castas buscam a sobrevivência, outras são expostas a novos predadores.

Ouriço
Ouriço Centrostephanus rodgersii.
Foto: johnwturnbull

Um exemplo de desequilíbrio ambiental ocorre na Austrália, uma vez que, com elevação da temperatura da água e o fortalecimento da corrente oriental australiana, o ouriço Centrostephanus rodgersii passou a invadir a costa da Tasmânia, prejudicando florestas de algas e as populações de lagosta. Embora pareça uma questão pontual, a intensificação do aquecimento global tende tornar esses eventos mais frequentes.

Com a divulgação do mapa de deslocamento de espécies devido às mudanças climáticas, os pesquisadores ressaltam que agir rapidamente é essencial, pois, só assim será possível garantir a preservação dos animais, principalmente os tipos endêmicos (que não podem ser encontrados em nenhuma outra parte do mundo).

Ficou curioso? Confira todos os mapas nesta página do Professor Mike Burrows, um dos cientistas responsáveis pelo estudo, mas é preciso ter o Google Earth instalado no computador.

Abaixo você pode observar o mapa do deslocamento das espécies, resultado da observação feita de 1960 a 2009:

Mapa
Fonte: Mike Burrows/Google Earth

*Sumidouro: local onde a população está em declínio, ou seja, animais da região que estão fugindo para outros locais em busca de uma melhor qualidade de vida.