Reprodução Cúpula do Clima 2014.

A “Cúpula do Clima”, um dos eventos mais importantes do calendário do meio ambiente, aconteceu na última terça-feira (23), em Nova York, nos Estados Unidos. Mais de 120 chefes de estado compareceram para discutir assuntos ligados ao aquecimento global e a preservação da natureza nos próximos anos. O objetivo foi compartilhar experiências aplicadas em cada país para reduzir os fatores que provocam as mudanças climáticas e discutir ações para que a temperatura do mundo suba menos de 2°C até o final do século XXI. A cúpula foi importante para que os governos acertassem o discurso para chegarem a um acordo climático universal e significativo na conferência que será realizada em Paris entre novembro e dezembro de 2015.

Com vários pontos altos, a reunião dos líderes mundiais teve presenças ilustres, como a do astro de Hollywood Leonardo di Caprio. Mas o assunto mais polêmico ficou por conta da negativa brasileira em assinar a “Declaração de Nova York”, que prevê reduzir pela metade o desmatamento no planeta até 2020 e zerá-lo até 2030.

Em entrevista à Associated Press, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, presente no evento, disse que o governo brasileiro “não foi convidado a se engajar no processo de preparação” da declaração e que o governo temia que o texto pudesse colidir com leis nacionais que controlam o desflorestamento na Amazônia e outras florestas.

Além do Brasil, China e Índia, que também estão entre os maiores desmatadores do mundo, rejeitaram o documento. Elaborado por um grupo de países europeus e endossado por 32 Estados (entre eles EUA, Canadá, Noruega, Inglaterra e Indonésia), além de empresas, entidades civis e comunidades indígenas, o documento segue aberto para adesões até dezembro de 2015, quando acontece a Conferência de Paris.

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A ideia é cortar entre 4,5 bilhões de toneladas e 8,8 bilhões de toneladas de carbono por ano com a redução do desmatamento até 2030. E mais, Reino Unido, Alemanha e Noruega firmaram o compromisso de doar R$ 2,7 bilhões para países pobres com iniciativas voltadas contra o desmatamento.

Em um discurso de quase oito minutos, a presidente Dilma Rousseff revelou que o desmatamento no Brasil diminuiu 79% em oito anos. E afirmou: “O Brasil não anuncia promessas. Mostra resultados. Ao mesmo tempo em que diminuímos a pobreza e a desigualdade social, protegemos o meio ambiente. Nos últimos 12 anos, temos tido resultados extraordinários”.

Outros pontos

Quanto à agricultura, governos e membros da iniciativa privada se comprometeram a ajudar 500 milhões de pequenos fazendeiros a reduzir suas emissões e a se adaptar ao trabalho em meio às mudanças climáticas.

Na área das indústrias, foram instituídas cinco iniciativas que se aplicam a vários setores, mas contemplam principalmente o de geração de energia, redução dos poluentes como metano, carbono negro, e os hidrofluorcarbonetos, na tentativa de frear o aquecimento global.

Líderes de mais de 40 países, ministros de 19 países africanos, além dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, grupo composto por pequenas ilhas do Caribe, África e Oceano Pacífico, firmaram o compromisso de aumentarem suas parcelas de energia renovável, reduzirem o custo da energia e diminuírem a emissão de gases do efeito estufa.

Questão crucial, os transportes deverão sofrer grandes mudanças nos próximos anos. Foram anunciadas quatro parcerias dedicadas ao desenvolvimento de tecnologias que permitam meios de transporte com baixa emissão de carbono, como carros elétricos, além da melhora dos transportes públicos. O objetivo é fazer com que 30% dos veículos vendidos até 2030 sejam elétricos.

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