© Depositphotos.com / smithore Água poluída.

Agente etiológico é a denominação dada ao agente causador de uma doença. Normalmente, estes agentes – que podem ser vírus, bactérias, fungos, protozoários ou helmintos – precisam de um vetor, animado ou inanimado, para proliferar a doença e completar o ciclo de parasitismo. No caso do arbovírus, causador da dengue, o vetor da doença é o mosquito Aedes aegypti.

Apesar das particularidades, um fator comum a grande partes destes agentes é a sua ligação com a poluição. A contaminação do solo e das águas por meio do descarte de resíduos, vazamentos e despejo de esgoto sem tratamento oferecem condições propícias para a proliferação de agentes etiológicos causadores de diversas doenças, entre elas a disenteria, cólera, malária, amebíase, esquistossomose, febre amarela, ascaridíase, cisticercose e dengue.

O Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose, é um exemplo de agente etiológico que se desenvolve nestas condições. Os ovos, que dão origem ao verme que se hospeda no corpo humano, chegam até o organismo, principalmente, através de alimentos e água contaminada. A doença provoca complicações hepáticas e intestinais, ocasionando dores abdominais e emagrecimento.

A diarreia, responsável por 11% das mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo, também está ligada a este cenário. A bactéria causadora da doença, a Escherichia coli, se desenvolve nestas condições, em locais sem esgoto ou tratamento da água. No Brasil, 80% dos casos são provocados por água contaminada. No ano passado, um surto da doença provocou a morte de mais de 160 pessoas em Alagoas, devido à poluição dos mananciais.

Divulgação Lixo na água.

A água contaminada e o esgoto não tratado somados ao clima quente e úmido dos trópicos oferecem condições favoráveis à proliferação dos agentes etiológicos de doenças como a dengue, febre amarela e malária. Essas enfermidades são transmitidas ao homem através da picada de mosquitos infectados e, em alguns países subdesenvolvidos, geram índices preocupantes de mortalidade. No Brasil, apesar de grande parte das doenças tropicais terem sido combatidas, a dengue ainda é um problema. Segundo levantamento feito pelo Ministério da Saúde, em 2013 foram registrados 573 óbitos pela doença.