Em meio a toneladas de lixo produzidas pelos mais diversos tipos de atividade, é difícil imaginar que exista um material específico que é responsável por uma das maiores ameaças ao meio ambiente durante o carnaval. Imprescindível na produção de fantasias e maquiagens desta popular festa, o glitter é também um item de destaque quando o assunto é poluição.
Isto porque, embora seja um micro plástico de apenas cinco milímetros, o glitter representa um problema potencial que é capaz de atingir toda a cadeia alimentar, afetando não somente a alimentação de organismos menores (plâncton, mãe d’água e corais), mas prejudicando também o desenvolvimento de animais e vegetações — sobretudo espécies marinhas. Isso tudo sem falar dos perigos à saúde humana.
Para criar uma alternativa que pudesse manter a energia e alegria características do carnaval sem deixar de lado a preocupação com o meio ambiente, empresas brasileiras decidiram apostar na criação de uma fórmula biodegradável do material, apresentando uma versão muito mais consciente e que está engajada com a responsabilidade individual de cada pessoa durante os eventos.
Lançada na edição do ano passado, a nova solução sustentável foi aderida por milhares de foliões em todo o Brasil e se tornou um dos grandes destaques do carnaval de 2018. Com algumas receitas caseiras disponíveis na internet, o glitter biodegradável não demorou muito a cair no gosto popular, a ponto de figurar entre os líderes de venda em lojas de cosméticos.
Em São Paulo, por exemplo, um chuveiro de glitter 100% ecológico foi instalado no Largo da Batata (um dos principais pontos de folia na capital paulista) para fazer a felicidade dos paulistanos, e ficará à disposição dos foliões até o dia 18 de fevereiro. Já no Rio Grande do Sul, a empresa Viva Purpurina desenvolveu sua versão ecológica do glitter e da purpurina. Em outros estados, a iniciativa dos próprios foliões chamou a atenção.
Com o exponencial crescimento do carnaval de rua que o país teve em 2018, a expectativa é de que nos próximos anos não apenas o “bioglitter” seja destaque, mas que diversas outras soluções sejam criadas e adotadas pessoas nas datas sazonais do calendário nacional.
Imagem: Luciana Arraes/ Pura Bioglitter / Facebook