Geleiras
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A emissão descontrolada de gases poluentes – como o dióxido de carbono, gás metano, óxido nitroso e hidrofluorcarbonetos – têm provocado um significativo aumento da temperatura em nosso planeta nas últimas décadas, desde a Revolução Industrial em meados do século XVIII. A partir daí a quantidade de emissão dos gases oriundos da queima de combustíveis fósseis aumentou drasticamente, tornando a atmosfera mais quente, aumentando a taxa de evaporação das águas oceânicas e a retenção do calor na atmosfera. Estima-se que a temperatura média da Terra tenha se elevado em 2°C até o presente século, com consequências visíveis e alguns efeitos irreversíveis devido ao aquecimento global.

O derretimento das geleiras é um destes fenômenos relacionados ao aquecimento global. As geleiras são grandes e espessas massas de gelo formadas em camadas de neve compactada em áreas em que essa quantidade que se acumula é maior do que a neve que derrete, durante várias épocas e cujas extensões podem alcançar vários quilômetros, tanto horizontal quanto verticalmente. O gelo encontrado nessas geleiras é o maior reservatório de água doce sobre o planeta, e perde a posição em volume total de água apenas para os oceanos.

Dentre as consequências ligadas ao derretimento das geleiras, as principais são o aumento do nível da água dos oceanos, o avanço do mar sobre ilhas e cidades litorâneas, podendo ocasionar na sua submersão, e a extinção de várias espécies animais e vegetais em decorrência do desaparecimento de determinados ecossistemas.

Estudos realizados durante os anos de 2003 e 2009 por pesquisadores suíços, norte americanos e informações dos satélites da NASA apontam que o derretimento das geleiras que não estão localizadas nas regiões polares foi responsável por 30% do aumento do nível do mar durante esses seis anos. Mesmo sendo correspondente a apenas 1% de todo o gelo terrestre (o restante é encontrado em mantos de gelo e calotas polares), esse volume foi o equivalente a 259 trilhões de quilos de gelo ao ano, o suficiente para aumentar o nível dos oceanos em 4,2 milímetros nesse período.

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Estimativas atuais dizem que a aceleração do derretimento das geleiras pode aumentar o nível dos oceanos até 24 centímetros nos próximos 90 anos, somando-se o volume contido nas geleiras, calotas e mantos de gelo; entretanto tais projeções descartam o aquecimento e evaporação das águas oceânicas. Simulações indicam que esse aumento no nível do mar corresponde a um significativo avanço de 30 metros na costa, tornando inabitáveis as regiões costeiras dos continentes, a extinção maciça de espécies vegetais e animais, e o desaparecimento de áreas selvagens e faunas importantes como a da floresta Amazônica, gerando um imenso desequilíbrio no planeta.