Ártico
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Nos Estados Unidos as ondas de frio têm sido intensas neste inverno, com termômetros variando entre -5°C e -50°C, o que obrigou os estados de Nova York, Nova Jersey e Delaware a declarar situação de emergência. Por isso, a população norte-americana anseia pelo encerramento do frígido período, entretanto, de acordo com um estudo apresentado na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, sigla em inglês), estes fenômenos meteorológicos extremos tendem a durar mais.

Da mesma forma, baixíssimas temperaturas são motivo de sofrimento no continente europeu, provocando a morte de pelo menos nove pessoas e diversas falhas nos sistemas de transporte e distribuição de energia elétrica. Contudo, segundo os cientistas presentes na AAAS, o elemento chamado de “corrente de jato” (“jet stream”, termo utilizado no idioma inglês) polar tem sido afetado pelo aquecimento do Ártico de maneira prolongada, conturbação que interfere diretamente no clima dos países da América do Norte e Europa.

Basicamente, o “jet stream”, fator composto por ventos que sopram do oeste para leste a grandes altitudes, está sendo corrompido por causa do derretimento das geleiras árticas, o que resulta na perda de força e, consequentemente, em desvios de sua trajetória. Com a extensão desse fenômeno, os pesquisadores apontam que os setores de agricultura e pecuária podem ser prejudicados, principalmente nos Estados Unidos.

Sendo assim, o economista britânico Nicholas Stern, alerta que, se as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) não forem reduzidas, as temperaturas serão alteradas no planeta, como indica o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), algo que irá originar conflitos civis e políticos, além de catástrofes naturais. “A mudança para um mundo assim poderia causar migrações em massa de centenas de milhões de pessoas vindas das áreas mais afetadas. Isso levaria a guerra”, afirma Stern.

Fenômenos climáticos extremos no Brasil

Por do sol
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No Brasil, o calor que atinge a região sudeste do Brasil recebeu destaque na apresentação do mapa dos principais locais que sofrem com “fenômenos climáticos extremos”, estudo cartográfico produzido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Batendo recordes históricos quase que diariamente, as altas temperaturas têm castigado principalmente o estado de São Paulo, propiciando o mês de janeiro mais quente dos últimos 71 anos, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ainda em território brasileiro, Santa Catarina, Espírito Santo e Rio de Janeiro tiveram volumes expressivos de chuva, enquanto Paraná e Rio Grande do Sul vêm sofrendo com o verão causticante de 2014.