Considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a construção da Usina de Belo Monte será a terceira maior usina do mundo, localizada no rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no norte do Pará. A previsão de sua entrega é para 2015.
A usina deverá gerar 41,6 milhões de megawatts de energia por ano, o suficiente para atender o consumo de 20 milhões de pessoas no Brasil. Poderá ajudar também no desenvolvimento econômico da região, com a criação de empregos.
Apesar destes aspectos positivos, a sua construção irá gerar muitos impactos ambientais também, como a inundação de áreas das cidades de Altamira e Vitória do Xingu em consequência da construção de dois canais, que irá desviar o leito original do rio e prejudicar os agricultores e a população local, já que a única forma de transporte desta região, o transporte fluvial, será interrompida, além de acarretar na redução da oferta de água. A travessia de um local ao outro é de grande importância estes moradores, já que é dessa forma que eles têm acesso à médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.
A diminuição da vazão do rio Xingu também afetará as terras indígenas de Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu, prejudicando os índios que vivem da pesca feita no rio. Além disso, o desmatamento na área poderá ser intensificado, além do aumento da ocupação desordenada do território, causando impacto sobre essas populações indígenas, condenando seus povos e sua cultura que sempre residiram ao longo de sua bacia.
A construção desta usina não terá reservatório de água e dependerá da sazonalidade das chuvas. Em época de cheia a usina deverá operar com metade da capacidade, porém, em tempo de seca, a geração de energia pode ir um pouco abaixo de 4,5 mil MW. Além disso, a instalação da infraestrutura desta obra afetará também a flora e a fauna local, causando uma perda irreversível de centenas de espécies. Levando estes dados em consideração, a viabilidade econômica desta construção se torna contraditória.
Por conta destes impactos, a construção desta usina já foi paralisada e retomada muitas vezes. É uma polêmica que já dura mais de 20 anos, mas que não impediu o andamento da sua construção, que segue até hoje.