A impressão sobre a passagem do tempo nos dias de hoje tem se tornado cada vez mais rápida. Com tantas informações os dias parecem encolhidos e, em momentos de início de ano como esse, é comum nos espantarmos com a velocidade frenética com que tudo passa. Porém, olhar para a natureza à nossa volta, muitas vezes é se deparar com seres tão antigos que podem nos lembrar da importância de desacelerar em certos momentos.

A natureza não deixa de ser um convite para que o passado, o presente e o futuro se unam em um único laço e compromisso vital. Para deixar essa ideia ainda mais concreta, basta nos lembrarmos que existem algumas espécies de animais que existem há mais de 100 milhões de anos! Conheça algumas dessas espécies e ganhe um pouquinho de tempo apreciando suas belezas e curiosidades:

Esponja – 760 milhões de anos

Istockphoto/ mychadre77 São organismos bioindicadores de qualidade da água, por apresentarem uma capacidade filtradora.

As esponjas, ou poríferos, são os animais ainda encontrados no planeta com origem mais antiga. Elas são de extrema importância para a preservação de ambientes aquáticos, pois servem de alimentos para moluscos e peixes, ouriços, estrelas-do-mar e tartarugas. Também são importantes refúgios para peixes de porte pequeno e acabam por servir de local de desova para determinadas espécies de peixes. São organismos bioindicadores de qualidade da água por apresentarem uma capacidade filtradora. Mesmo tendo uma composição biológica tão simples, elas são de extrema importância para a manutenção do ambiente aquático.

Água-viva – 505 milhões de anos

Istockphoto/ vilainecrevette Em 2007, um fóssil de água-viva foi encontrado e mostrou que sua origem provinha de mais de 500 milhões de anos!

Deusas da imortalidade, as águas-vivas da espécie Turritopsis nutricula são seres muito curiosos e belos. Uma de suas características que mais chama a atenção é o fato de que, quando em situação de muito estresse, as medusas (forma adulta das águas-vivas) conseguem se transformar novamente em pólipos (fase inicial, quando uma água-viva ainda não possui tentáculos). Isso garante uma longevidade surpreendente à Turritopsis nutricula. Outras espécies não possuem essa capacidade, mas encantam por suas capacidades de autoclonagem e de bioluminescência. Em 2007, um fóssil de água-viva foi encontrado e mostrou que sua origem provinha de mais de 500 milhões de anos!

Lampreia – 360 milhões de anos

Istockphotos/ Arsty A espécie é anádroma, ou seja, vive no mar, mas reproduz-se nos rios.

O vampiro das águas pode não ser o animal mais fofo de se admirar, mas para muitas pessoas é uma iguaria deliciosa de se saborear. O apelido assustador vem do fato de que esses animais se alimentam do sangue de mamíferos marinhos e animais como tubarões, salmões e bacalhaus. Esta espécie é anádroma, ou seja, vive no mar, mas reproduz-se nos rios. Relatos históricos dão conta de que desde a Roma antiga a lampreia já é pescada e apreciada em pratos, principalmente no hemisfério norte de onde ela provém.

Esturjão – 200 milhões de anos

Istockphoto/ petrichuk A espécie encontra-se ameaçada de extinção pelo alto valor de suas ovas e pelo fato de sua vida sexualmente ativa começar relativamente tarde.

Os luxuosos esturjões contemplam mais de 20 espécies da família Acipenseridae. Esses peixes podem ser considerados a realeza da vida marinha, já que de suas ovas se obtém o caviar. O esturjão, assim como a lampreia, também é anádromo. Ele pode atingir cerca de 3,5 metros e pesar em média 300kg. Embora suas fêmeas possam produzir até 3 milhões de ovos em apenas uma temporada, a espécie encontra-se ameaçada de extinção pelo alto valor de suas ovas e pelo fato de sua vida sexualmente ativa começar relativamente tarde.

Tubarão-cobra – 150 milhões de anos

Hypescience Ele se alimenta, principalmente, de cefalópodes, peixes ósseos e outros tubarões.

Sua aparência pode ser a de um monstrinho um tanto assustador, mas o Tubarão-cobra merece respeito por ser a espécie de tubarão mais antiga do mundo que ainda vive. Ele habita águas profundas que se encontram entre 600 e 1000 metros de profundidade e se alimenta, principalmente, de cefalópodes, peixes ósseos e outros tubarões. Seu comprimento pode chegar a 2m. A última vez que um Tubarão-cobra foi visto foi em 2007, no Japão. Na ocasião foram feitas imagens do exemplar que se encontrava muito abatido e veio a morrer algumas horas após sua aparição.

Formiga Martialis Heureka – 120 milhões de anos

Istockphoto/ panda3800 Nativa do Brasil e encontrada na Amazônia, a espécie é uma formiga subterrânea.

Se as águas profundas são o berço de espécies muito antigas, na terra quem reina é a espécie das formigas Martialis Heureka. Nativa do Brasil e encontrada na Amazônia, é uma formiga subterrânea. Essa vovozinha das formigas, que possui entre dois e três milímetros, é bastante voraz tendo como características principais o fato de ser cega, pálida e dotada de grandes mandíbulas.