Hidrelétrica
Foto: campinaonline

No Brasil, cerca de 85% da energia elétrica gerada provêm de usinas hidrelétricas. Apesar de serem menos poluentes do que as fontes de energia não renováveis, as hidrelétricas são responsáveis pelo alagamento de grandes áreas, causando impactos socioambientais.

Para evitar os prejuízos acarretados pela construção de hidrelétricas tradicionais, foram criadas as usinas a fio d’água, opção mais sustentável que não utiliza grandes reservatórios de água, reduzindo a estrutura das barragens e a dimensão dos alagamentos. Neste modelo, aproveita-se a força da correnteza dos rios para gerar energia, sem precisar estocar a água.

Usinas como a de Santo Antônio e Jirau, em construção no Rio Madeira, e a de Belo Monte, no Pará, têm suas estruturas baseadas no conceito fio d’água. Mesmo dispensando grandes reservatórios, essas usinas mantêm uma reserva mínima para garantir sua operação e estabilidade. Em Belo Monte, por exemplo, foi necessário inundar uma região de 500 km quadrados.

Apesar de ser um modelo sustentável, com vantagens ambientais e sociais, a usina a fio d’água diminui a segurança energética do país. Isso porque, em períodos de seca prolongada, essas estruturas podem ficar sem água para gerar eletricidade, uma vez que seus reservatórios, com tamanho reduzido, não permitem funcionamento por longos períodos.

Segundo especialistas, uma alternativa para compensar a limitação do potencial destas usinas é investir em fontes complementares. Deste modo, nos períodos em que hidrelétricas a fio d’água operam com baixa capacidade, pode-se recorrer à geração de energia através de fontes eólicas ou térmicas, garantindo o abastecimento e equilibrando os impactos causados por cada uma.

Usina Belo Monte
Hidrelétrica de Belo Monte. Foto: pacgov