LeoMercon / iStock / Getty Images Plus Foram retiradas pelo governo norte-americano medidas que ajudavam na proteção legal de 25 espécies ameaçadas de extinção no país.

Quando a apuração de votos para eleição presidencial nos Estados Unidos confirmou a vitória de Donald Trump em novembro de 2016, as organizações ambientais e pessoas preocupadas com o futuro do meio ambiente estavam cientes de que o mandato do republicano poderia dificultar os planos e avanços das questões ligadas ao desenvolvimento sustentável do planeta.

Oponente declarado das políticas ambientais e descrente dos avanços do aquecimento global, Trump reviu, logo nos primeiros meses, uma série de acordos assinados pelos governos antecessores, diminuindo a contribuição de seu país para criação de novas resoluções com foco no meio ambiente. A bola da vez, no entanto, pode resultar em estragos fatais para a vida dos últimos animais e plantas de dezenas de espécies.

Procurando não chamar muita atenção, o governo norte-americano retirou discretamente 42  ações pendentes que ajudavam a fazer a proteção legal de 25 espécies ameaçadas de extinção no país. Grupos de ambientalistas só ficaram sabendo da ação quando o governo mencionou o assunto brevemente, em uma publicação da Casa Branca que tinha como foco o estado das regulamentações. Um comunicado de específico sobre o assunto não foi emitido para a imprensa e interessados no assunto.

O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, órgão responsável por acompanhar plantas e animais que sofrem com o risco de extinção, foi quem coordenou a retirada das ações regulatórias, justificando-se que o departamento está “concentrando seus recursos em outras prioridades nos próximos 12 meses”, em breve comunicado enviado ao Departamento do Interior.

Entretanto, conservacionistas explicam que a retirada de algumas das ações pode violar a lei federal, que exige que o governo atue em proteção as espécies. Com o choque da notícia, os ambientalistas apuraram as informações e descobriu-se que muitas das regras removidas foram retiradas principalmente nos meses de março e abril.

No país, especula-se que a ação do governo faz parte dos planos de Trump para melhorar o desempenho econômico dos EUA nos negócios — já que o presidente encara muitas das regulamentações como um entrave para contratações e gera diversos custos econômicos.

O Serviço de Pesca e Vida Selvagem lançou uma nota afirmando que que todo o processo foi legítimo e que uma notificação não é necessária já que o trabalho interrompido era um regulamento pendente.

A Tartaruga-verde, o tordo de Bicknell, a cobra de Kirtland, as plantas de Florida Everglades e a morsa do Pacífico, estão entre as espécies que não fazem mais parte do programa de proteção e conversação legal dos Estados Unidos.