Etanol
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Embora existam registros da extração e utilização de etanol realizados em 1805, foi apenas em 1860 que o combustível passou a chamar a atenção, após o americano Nicholas Otto utilizá-lo em experiências com motores de combustão interna. Porém, foi a partir da Segunda Guerra Mundial que o etanol passou a ganhar verdadeira importância internacional.

Em um cenário de conflito, o acesso ao petróleo passou a ser utilizado como estratégia. Para aumentar seus estoques, a Alemanha decretou que a gasolina no país tivesse 50% de adição de etanol em 1943. Os alemães chegaram, inclusive, a misturar o etanol ao petróleo para mover foguetes e mísseis.

Outro momento de dificuldades para o mundo ocidental, desta vez do ponto de vista econômico e político, trouxe o etanol de volta a um lugar de destaque. No início da década de 1970 a Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OAPEC) decretou um embargo de fornecimento de petróleo que provocou uma crise de abastecimento aos Estados Unidos e aliados, Europa Ocidental e Japão. Ficou mais do que evidente a necessidade do investimento em combustíveis alternativos para mover não apenas os automóveis como as indústrias. O etanol passou, então, a merecer uma importância econômica significativa.

No Brasil, o combustível extraído da cana de açúcar já havia sido produzido desde a década de 1920, mas apenas 11 anos depois passou a ser misturado à gasolina. Em outro reflexo direto da crise gerada pela OAPEC, o etanol contou com maior incentivo no país através do programa Pró-álcool. Criado em 1975, o programa tinha como intenção promover a independência energética brasileira e, também, desenvolver uma indústria de carros que fossem movidos apenas a álcool.

Atualmente, o Brasil é o maior produtor de etanol de cana de açúcar do mundo e o segundo maior produtor mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos (que produzem o combustível a partir do milho). Toda a gasolina vendida no país conta com 25% do biocombustível em sua formulação. Considerado melhor para o meio ambiente, já está atestado que esta mescla é benéfica para a diminuição de gases do efeito estufa por veículos automotores. Os chamados veículos Flex, que funcionam a álcool e também a gasolina, são outros impulsionadores do mercado interno do biocombustível.

Cana-de-açúcar
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O Brasil também se destaca no desenvolvimento de tecnologias para a extração de etanol e, a partir de 2014, passará a produzir o chamado etanol de segunda geração – que transforma a celulose em glicose e aproveita a palha e o bagaço da cana, atualmente descartados, no processo de produção. Espera-se que assim o etanol brasileiro ganhe ainda mais mercado, marcando sua presença, sobretudo nos países em que há incentivo para a utilização de combustíveis renováveis.