iStock.com / luizsouzarj Apesar dos atrasos, Secretaria Ambiental do Rio de Janeiro afirmou que mais de 3 mil hectares da Mata Atlântica foram recuperados.

A duas semanas da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, a expectativa do mundo inteiro é conferir como todas as obras e instalações foram “concluídas” na cidade. Em seu ato de candidatura para sediar o evento, a capital carioca precisou apresentar um dossiê no qual se comprometeu com as metas ambientais estabelecidas.

Passados quase sete anos desde que a decisão oficial a favor dos cariocas foi anunciada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a única certeza é de que os compromissos ambientais não foram alcançados. Prova disso é que muitos dos locais de competição passaram por um processo de atualização, mas, ainda assim, permaneceram fora do padrão acordado.

Vale destacar que, um mês atrás, o governo carioca chegou a declarar estado de calamidade pública, apontando a crise financeira do Estado do Rio de Janeiro como a responsável por impedir que a cidade concluísse as obras. Como resultado, outros setores do estado foram comprometidos e suas autoridades confirmam não ter condições de receber os turistas durante o período.

Baía de Guanabara

Um dos maiores símbolos da falta de organização e atraso com as obras, a Baía de Guanabara é um dos lugares mais criticados pela imprensa mundial, vista por muitos como uma “fonte em potencial” para contaminação dos atletas. Para se ter uma ideia, já há 25 anos um projeto de despoluição tem sido exercido na baía, com investimentos chegando na casa dos 10 bilhões de reais neste período.

O planejamento dos organizadores era de recuperar 80% da qualidade da água, fazendo a manutenção das toneladas de lixo jogadas todos os dias no local. Porém, com todo o processamento realizado na baía, o nível subiu de 16% para 48%, gerando ainda mais insegurança e descontentamento de toda comunidade olímpica.

Lagoa de Jacarepaguá

Com uma área de expansão consideravelmente menor, a Lagoa de Jacarepaguá é outro grande legado negativo das competições aquáticas (mesmo que elas ainda não tenham começado). Entretanto, o plano para despoluição da lagoa sempre teve uma expectativa maior de conclusão, com base em um projeto de biotecnologia que já existia para aquela região.

Ainda assim, as adaptações olímpicas não foram cumpridas, fazendo com que o problema do lixo nos bairros vizinhos não fosse solucionado. O secretário da Casa Civil do Estado, Leonardo Espíndola, atribui à crise financeira do estado a responsabilidade do não cumprimento do planejamento.

Lagoa Rodrigo de Freitas

Na região nobre do Rio, a famosa Lagoa Rodrigo de Freitas foi quem passou por grandes transformações ao longo dos últimos anos, porém, insuficientes. A ideia inicial era fazer com que o ponto turístico da cidade se tornasse um lugar onde moradores e turistas pudessem se banhar, mas o projeto foi abandonado quando especialistas concluíram que a ação seria inviável.

Por outro lado, a Secretaria Ambiental do Rio de Janeiro confirma que 3275 hectares da Mata Atlântica foram recuperados, representando cerca de 69% do total necessário para compensação dos gases poluentes emitidos pelas obras públicas.