Quando pensamos no atual cenário da economia mundial, é provável que surjam na mente palavras como crise, competição, desigualdade e acúmulo de riquezas. Por outro lado, outros caminhos apontam para a construção de um modelo econômico bem diferente, no qual as palavras de ordem são a cooperação e a solidariedade. Parece impossível ou utópico? Pois saiba que a Economia Solidária já é uma realidade, presente em centenas de países ao redor do mundo, incluindo aí o Brasil.
Buscando maior inclusão social, o comércio justo e o consumo solidário, a Economia Solidária é, em um conceito básico, uma forma diferente de lidar com os recursos gerados por uma comunidade ou grupo. Neste contexto, atividades como produção, venda, compra e troca têm como objetivo a melhoria de vida para todo mundo envolvido, e não o lucro individual ou o acúmulo de riquezas apenas por parte dessas pessoas. A cooperação é importante: para levar adiante seus os objetivos, todos estão dispostos a ajudar, fazendo girar uma grande e benéfica engrenagem.
Para que esse tipo de economia se consolide, cada um desenvolve também suas capacidades de autogestão – ou seja, a habilidade de tomar decisões em relação a assuntos cotidianos e também gerais. Todos realmente têm voz e, ao sentirem-se protagonistas, sabem que podem colocar na roda suas ideias, já que estas serão ouvidas.
Em 2007, o Prêmio Nobel da Paz foi concedido ao Indiano Mohammad Yunus que criou, em 1974, um banco que oferecia microcrédito (empréstimo a pessoas de baixa renda) e incentivava a criação local de uma rede de serviços de forma mais solidária, buscando a igualdade e a melhoria da qualidade de vida da comunidade. Milhares de pessoas saíram da miséria nesse sistema e este caso é considerado um grande exemplo de como a Economia Solidária pode trazer grandes transformações ao mundo. Uma inspiração que também é realidade para milhares de brasileiros.
As práticas da Economia Solidária já estão sendo utilizadas por aqui e o Brasil conta com uma Secretaria Nacional de Economia Solidária, criada especialmente para auxiliar no desenvolvimento destas atividades. Isso significa que há grupos, famílias, produtores, associações e comunidades inteiras vivenciando na prática este modelo, que é considerado fundamental quando se pensa no desenvolvimento sustentável para o futuro. Vale lembrar que, além do respeito aos indivíduos, a Economia Solidária também enxerga que é importante a preservação dos recursos naturais.