iStock.com / Eduardo Valente A iniciativa gerou estratégias para controle do volume de chuvas e novos espaços de lazer.

Há pouco mais de 20 anos, Curitiba tinha como uma de suas principais características uma paisagem tomada pela cor cinza do cimento – algo peculiar das grandes cidades. Entre 1993 e 2013, a capital paranaense passou por um processo de arborização responsável pela implantação de 2,5 milhões de metros quadrados em áreas verdes.

De 2013 para cá, o projeto passou por grandes melhorias, a ponto de a cidade apresentar uma quantidade três vezes maior de áreas construídas no período anterior, angariando a incrível marca de 8.969.000 metros quadrados em espaços verdes. De acordo com a Prefeitura de Curitiba, responsável por todas as transformações, as novas áreas foram criadas com o objetivo de preservar o meio ambiente, além de oferecer lugares que permitam a integração social para a população.

Distribuídos entre bosques e parques, os sete novos pontos fazem parte de um plano da prefeitura não só para “esverdear” a cidade, mas, principalmente, para absorver e canalizar a água das chuvas – responsáveis pelo transbordamento dos rios e colocar centenas de famílias em perigo. Segundo Renato Lima, secretário municipal de Meio Ambiente, os espaços têm cumprido com o seu papel, já que Curitiba não registra nenhum caso de famílias desabrigadas por conta das enchentes há mais de um ano, mesmo que a região tenha sofrido com períodos intensos de chuva.

A iniciativa tem se mostrado eficiente para toda população curitibana, que, além de contar com áreas estratégicas para controle do volume de chuvas e novos espaços de lazer, teve 743 de suas famílias realocadas. O número representa mais de 2,5 mil pessoas que deixaram de habitar regiões consideradas de risco e que agora passaram a viver em locais seguros.

Outro importante dado sobre os espaços que vêm sendo construídos desde 2013, é que cinco dos sete pontos fazem parte da área da Bacia do Rio Barigui e integram o projeto Rio Parque de Conservação. Por conta disto, os espaços devem receber atenção especial para os próximos meses e anos, no qual a AFD (Agência Francesa de Desenvolvimento), financiadora do projeto, planeja preservar as margens do Rio Barigui, da vegetação nativa e da mata ciliar, e manter a conservação dos ambientes naturais existentes.

Os esforços dos curitibanos têm recebido o reconhecimento de muita gente, sendo recentemente elogiados pela ONG SOS Mata Atlântica, que avaliou algumas das áreas de preservação. “Posso afirmar que Curitiba está fazendo um ótimo trabalho. Está com uma estrutura muito boa, com uma rede que cobre diversas áreas dentro do município e traz benefícios para a cidade como um todo. A cidade tem um planejamento adequado, uma estrutura razoável para lidar com esses desafios e está conseguindo estabelecer uma rede sólida”, afirmou o biólogo Luiz Paulo Pinto, coordenador do projeto de Rede de Unidades de Conservações Municipais da ONG.

Confira mais detalhes sobre este processo de arborização que acontece em Curitiba, acessando o link.