As garrafas PET são resíduos plásticos já bastante conhecidos – tanto que há dezenas de produtos que se utilizam de sua reciclagem, de objetos de decoração até tecidos. As bicicletas, por sua vez, são cada vez mais comuns inclusive nas grandes cidades, e seu uso é visto como o futuro da mobilidade e da melhoria da qualidade do ar. O que garrafas PET e bicicletas podem ter em comum? Tudo, se a bike em questão for feita de PETs recicladas!
A ideia pode até parecer estranha, mas já é possível pedalar por aí em bikes altamente sustentáveis, com quadros produzidos inteiramente a partir da reciclagem de garrafas PET. E um dos fabricantes a utilizar esta matéria prima está radicado em Curitiba, capital paranaense.
Trata-se do uruguaio Juan Muzzi, que investiu pelo menos dez anos e R$ 3 milhões para criar a tecnologia que permite a fabricação de quadros de bike a partir de PET reciclada. Segundo o inventor, que também é designer, não se trata apenas da criação de um produto, mas de um conceito.
E é, sem dúvida, um conceito bastante poderoso, já que une o ato de pedalar – encarado como forma de ativismo ambiental por muitos – à preservação ambiental direta, com a retirada concreta de garrafas plásticas do meio ambiente. Em entrevista dada ao jornal Gazeta do Povo, Juan Muzzi afirma que sua intenção é exatamente agregar visões e ações que, juntas, sejam capazes de contribuir efetivamente para a conservação do planeta.
A meta de Muzzi é fabricar pelo menos 132 mil unidades por ano, o que representa 15,8 milhões de garrafas PET recicladas e uma economia de quase 1 milhão de litros de petróleo, num processo que evita a emissão de 2,7 mil toneladas de gás carbônico. Os quadros fabricados são adequados principalmente para o uso urbano. O custo do quadro de bike feito de PET é de R$ 275, mais o valor do frete. Também é possível comprar bikes já montadas, com um custo variando entre R$ 462 e R$ 1.617, dependendo das peças escolhidas.
