No Brasil, 80% do Aedes aegypti está nos quintais ou dentro das residências

Todo verão é a mesma história: as altas temperaturas aliadas às chuvas, fazem com que ocorra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. “É um animal originário da África e está presente em praticamente todos os países. A taxa reprodutiva desse inseto é maior no verão e, como ele depende de água para se reproduzir, a associação de chuva e calor é a que melhor combina para o desenvolvimento”, explica Lincoln Suedesk, pesquisador do Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan, em entrevista ao Via SP, podcast do Governo do Estado de São Paulo.

De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em setembro do ano passado, no período de 30/12/2018 a 24/08/2019 foram registrados 1.439.471 casos prováveis de dengue no país. No mesmo período do ano anterior, foram registrados 205.791 casos prováveis, ou seja, um aumento de quase 600%. São Paulo, Minas Gerais e Goiás foram os estados mais afetados pela doença e algumas pesquisas indicam que a maior parte dos criadouros está nas residências.

Por isso, é fundamental estar atento aos locais que podem se tornar criadouros do inseto.

Eliminando os focos

O Aedes aegypti costuma pôr os seus ovos em latas, garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, ralos ou em qualquer outro local que possa armazenar água da chuva. Os ovos não são postos diretamente na água, mas sim milímetros acima de sua superfície, nas paredes de objetos que podem acumular água da chuva.

Quando chove, o nível da água sobe, entrando em contato com os ovos que eclodem em pouco menos de 30 minutos. Em um período que varia entre sete e nove dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito. A fêmea do Aedes aegypti pode colocar entre 150 e 200 ovos em um mês.

Quando uma pessoa é picada pelo mosquito infectado pelo vírus, os principais sintomas são dor abdominal severa, dificuldade em respirar ou sangramento no nariz, vômito ou diarreia. Se esses sinais persistirem, a indicação é procurar um médico imediatamente e relatar todos os sintomas.

Curiosidades sobre o Aedes aegypti

  • Quem transmite a doença para os seres humanos é a fêmea do mosquito, que necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos. Já o macho alimenta-se exclusivamente de frutas.
  • A fêmea tem algumas preferências na hora de atacar as suas vítimas. Pessoas com roupas escuras e com odores fortes no pé (o famoso chulé) atraem mais picadas, principalmente abaixo dos joelhos.
  • No Brasil, 80% do Aedes aegypti é encontrado nos quintais ou dentro das residências, principalmente em locais escuros e que contenham água parada (limpa ou suja).
  • Uma vez infectada, a fêmea transmitirá o vírus por toda a vida, havendo a possibilidade de, pelo menos, parte de suas descendentes já nascerem portadoras do vírus.