Muitas pessoas vêm compartilhando na internet que a vacina de mRNA poderia provocar alterações no código genético. De acordo com o doutor em ciências da saúde na área de psicologia e neurociência, Fabiano de Abreu, “o RNA mensageiro não altera o código genético pois ele é uma cópia da fita e não o autêntico”.

A humanidade é constantemente posta à prova. A sobrevivência é um jogo desde os primórdios mas são seres minúsculos e invisíveis os nossos piores inimigos. As bactérias e os vírus, responsáveis pelas doenças infecciosas e pelas pandemias que assolaram a humanidade.

“Há diversos riscos para um apocalipse que ocasionaria o fim da humanidade; asteróides, inteligência artificial criando uma inteligência que nos domine, mega erupção vulcânica, guerra nuclear, a aproximação ou afastamento do planeta em relação ao sol, aquecimento global, entre outros, mas nenhum deles é tão possível como as doenças infecciosas, as pandemias”, explica Abreu.

Avanço da ciência

À medida que a ciência avança, os cientistas desenvolvem respostas cada vez mais rápidas e assertivas para o combate destes seres microscópicos. Os cientistas passaram a trabalhar na criação de vacinas rápidas e baratas para controlar surtos, como no caso da Covid-19 (SARS-CoV-2). Foi então que surgiram as vacinas de mRNA.

“Nas vacinas tradicionais é necessária uma amostra do próprio organismo, exemplo de vírus ou bactéria, ou da sua proteína que, quando introduzida no organismo, este cria anticorpos para se defender. O mRNA é um mensageiro sintetizado a partir de um molde de DNA que contém informações que determinam quais os aminoácidos necessários para a construção de determinada proteína. No caso da vacina, o mRNA sintético, desenvolvido em laboratório, recebe informação genética sobre o vírus e ‘engana’ o corpo para que produza a proteína do invasor, no caso o vírus”, explica o neurocientista.

Abreu conta ainda que o nosso sistema imunitário replica a mensagem genética do invasor, mas não há formação de novos vírus.

“Nosso sistema imunitário detecta as proteínas produzindo assim anticorpos para a defesa. Quando infectado, o organismo já selecionará os anticorpos necessários para sua defesa. É importante ressaltar que essas proteínas não formam um novo vírus por serem solitárias. O mRNA tem funções em diferentes regiões do corpo, entre elas no processo de formação de engramas em nossos neurônios no cérebro, que são as marcas de memórias”, esclarece Fabiano de Abreu.

O neurocientista concluiu desmistificando o boato de que,  “sobre o RNA mensageiro alterar o nosso código genético, isso não acontece pois ele é uma cópia da fita e não o DNA autêntico, este, fica bem protegido”, garante Abreu.