Enquanto os cientistas trabalham para criar uma vacina contra a COVID-19, um movimento antivacinação vem se mobilizando contra ele

Uma matéria publicada no início deste mês na revista Nature, fez um alerta importante: se os movimentos antivacina persistirem, a contenção do avanço do coronavírus pode ser prejudicada.

Os ativistas desse movimento – ainda pequeno, mas crescente inclusive no Brasil – propagam inverdades a respeito da vacinação. De acordo com a matéria, eles dizem que “as vacinas contra o coronavírus serão usadas para implantar microchips nas pessoas e afirmam falsamente a morte de uma mulher que participou de um teste de vacina no Reino Unido”.

Em abril, algumas pessoas que protestavam contra o lockout na Califórnia, exibiam cartazes com frases contra a vacinação. Até mesmo um vídeo foi postado no YouTube (agora já excluído) promovendo teorias da conspiração sobre a pandemia e afirmando (sem evidências) que as vacinas “matariam milhões”. Até ser excluído, o vídeo atingiu mais de 8 milhões de visualizações.

Em uma entrevista dada ao programa Ambiente É o Meio, da USP, o biólogo e pesquisador Robson Luis Ferraz do Amaral, disse que existe uma falha de comunicação entre os órgãos de saúde e a população. Por isso, esses grupos contrários à vacinação acabam ganhando terreno para publicar as suas teorias. “Não cabe aos cientistas, profissionais de saúde, apenas publicar textos científicos a respeito da importância da vacina. Essa informação tem que chegar até as pessoas”, diz Amaral.

Como combater a desinformação?

Preocupados com a queda da taxa de vacinação e a volta de doenças (antes erradicadas) como o sarampo, em outubro de 2019 um grupo formado por instituições de pesquisas e acadêmicas da USP em Ribeirão Preto criou o movimento União Pró-Vacina. Através de uma página no Facebook, eles compartilham conteúdos informativos e educacionais sobre a importância da vacinação, com o objetivo de trazer a população para mais perto das informações científicas.

Como as informações chegam até nós a todo instante através de sites e redes sociais, muitas vezes, ficamos sem saber como separar o que é fato do que é “fake”. Pensando nisso o Ministério da Saúde criou a plataforma Saúde sem Fake News, que se dedica a desmentir boatos que circulam na rede. Além do site, há um bot (espécie de robô virtual) que auxilia na checagem de informações específicas sobre a covid-19 via Whatsapp. Para ter acesso ao bot, basta salvar o número +55 (61) 9938 0031 e enviar um “oi” para iniciar a conversa. Caso o acesso seja pelo Whatsapp Web, basta clicar neste link para interagir com ele.