Apenas uma caminhada pela manhã já é o suficiente para carregar o celular

Pesquisadores da Universidade de Málaga (UMA), na Espanha, e do Instituto Italiano de Tecnologia de Gênova (IIT) criaram uma camiseta que gera energia suficiente para carregar um celular. A peça ainda é um protótipo, que recebeu o nome de “e-textile”, e foi feita de forma totalmente sustentável, utilizando materiais leves e de baixo custo, mais acessíveis e menos tóxicos.

Os pesquisadores encontraram em uma fórmula muito simples a solução para a peça: água e etanol, derivados da casca de tomate e nanopartículas de carbono. Quando essa substância é aquecida ela penetra e adere ao algodão, obtendo assim propriedades elétricas, semelhantes às geradas a partir de chumbo, telúrio e germânio mas a partir de materiais biodegradáveis.

Como funciona a invenção?

Quando uma pessoa pratica qualquer tipo de atividade física, que faça a temperatura corporal se elevar, já é o suficiente para a camiseta gerar energia. Isso ocorre por causa da diferença de temperatura do corpo de uma pessoa e do ambiente, ou seja, a diferença entre o calor corporal e a temperatura mais baixa do ar circundante, pode ser transformada em energia térmica.

Homem de Ferro

Os resultados deste projeto, que contou com a participação do pesquisador italiano Pietro Cataldi, foram publicados na revista Advanced Functional Materials.

A equipe de cientistas continua trabalhando no desenvolvimento de dispositivos que se encaixam em tecidos para gerar outros tipos de energia, como por exemplo a luz, para que uma roupa possa iluminar um ambiente quando necessário.

Para demonstrar como funciona este protótipo, os pesquisadores usaram fita condutora de carbono para conectar a camiseta a fios externos e conseguiram acender uma luz de LED. De acordo com os inventores, ainda não é possível fazer com o que tecido armazene a energia gerada, mas esperam que isso seja possível no futuro.

Ainda não é possível comprar uma camiseta com essa tecnologia, mas esse tipo de pesquisa favorece a criação de materiais leves e mais flexíveis que podem ser utilizados em outras áreas do conhecimento, como por exemplo a biomedicina e também a robótica. “Em um estudo anterior, conseguimos criar uma antena Wi-Fi a partir da casca de tomate e do grafeno, que é considerado o material mais fino do mundo. Também estamos pensando em integrar essa invenção à camisa ‘e-textile’, que nos permitiria parecer o Homem de Ferro, que tem todos os tipos de dispositivos tecnológicos conectados a ele e pode até voar”, brinca Susana Guzmán, uma das pesquisadoras da Universidade de Málaga.

Foto Capa: Divulgação