Reprodução / Fast Co.exist O maior desafio para uma alimentação saudável em bairros pobres é o preço dos alimentos.

Uma mercearia, inaugurada em Dorchester, Boston, reúne alimentos que seriam desperdiçados e os vende a preços muito baixos para uma população que não teria condições de comprá-los a preços normais. A ideia foi concebida por Doug Rauch após o empresário perceber que cerca de 40% dos alimentos produzidos nos Estados Unidos acabavam por serem jogados fora enquanto uma parcela da população tinha dificuldades de comprá-los por questões financeiras.

Rauch percebeu uma característica marcante na indústria alimentícia norte-americana. Muitas vezes, produtos artificiais e industrializados, feitos em larga escala, conseguem preços mais acessíveis do que frutas, legumes e verduras. O problema é que o valor nutricional dos industrializados é muito inferior e o alto consumo deles pelas populações carentes acarreta em uma geração de pessoas obesas e mal nutridas.

Reprodução / Fast Co.exist Alguns alimentos são transformados em refeições prontas.

A ideia da mercearia é combater o desperdício e reunir alimentos que ainda estão frescos, mas que já passaram do ponto aceito nos supermercados para a venda padrão. Além da venda dos alimentos, também existe um acordo com chefs de cozinha, que transformam as comidas em refeições, como saladas prontas e sopas ou outros pratos, que são comercializados na mercearia por menos de 2 dólares. Hoje, a loja conta com 5.000 membros e centenas de clientes todos os dias.

Os pratos já prontos fazem muito sucesso, pois a população americana ainda possui um envolvimento baixo com as práticas culinárias. Muitos trabalham o dia todo e alegam não ter tempo para cozinhar. Outros buscam as opções mais cômodas de alimentação. Rauch encara a mercearia como um espaço para a disseminação de ideias de alimentação saudável e espera que este seja um passo importante para uma mudança de comportamento entre os americanos.