Toda a estrutura da sociedade em que vivemos hoje é baseada no capitalismo. Vivemos em um mundo, no qual a meritocracia é estimulada como forma de ganharmos dinheiro e, consequentemente, termos a ilusão de felicidade. Mas o que aconteceria se uma pessoa conseguisse desafiar o sistema? Como ela conseguiria viver sem dinheiro? Esta pessoa já existe. Mark Boyle é irlandês e não utilizou a nossa tão conhecida moeda de troca por quase três anos.
O mais intrigante é que Mark é formado em economia. Ele, como a maioria das pessoas, tinha como pré-concebida a ideia de terminar seus estudos, arranjar um bom emprego, ganhar dinheiro e ser “bem-sucedido”, porém, tudo mudou durante um simples bate-papo com um amigo. Os dois estavam discutindo sobre a destruição ambiental, a guerra por recursos como o petróleo, a industrialização da comida ou o trabalho em fábricas. Foi ali que o irlandês percebeu a ligação sobre os temas e ao pensar na famosa frase de Mahatma Gandhi, “seja a mudança que quer ver no mundo”, ele resolveu mudar de vida.
Atualmente, cinco anos após a decisão mais importante de sua vida, Boyle vive em um trailer estacionado em uma fazenda orgânica. Decidido a realmente viver de maneira sustentável, a energia utilizada por Mark para recarregar seu laptop é oriunda da luz solar, além disso, ele cultiva sua própria comida utilizando seus resíduos na plantação, toma banho em um rio e cozinha em uma fogueira.
Outra atividade do irlandês é administrar uma comunidade virtual de troca solidária, a Freeconomy, baseada na ideia em que mais acredita: a partilha. Em 2010, ele lançou o livro The Moneyless Man, lançado em julho de 2013 no Brasil pela editora Best Seller, com o título de “O homem sem grana”.
Em 2013, após quase três anos sem usar o dinheiro para viver, Boyle retrocedeu um pouco em seu conceito de vida, porém, há uma boa explicação para isto: vai construir uma comunidade que siga seu estilo de vida, onde todos terão acesso aos alimentos, e o dinheiro não terá valor algum.
A ideia é abrigar algumas das várias pessoas que entraram para seu movimento. Segundo o irlandês, após a crise econômica de 2008 sua história influenciou muitas pessoas. Ainda segundo ele, quando a economia normal se deteriora, as pessoas começam a procurar por outros modos de viver, quando tudo começa a dar errado, as pessoas procuram por um modo de se salvar.