EMBRAPA/ Luiza Stalder Equipamento leva garrafas PET em sua composição.

A invenção de Washington Luiz de Barros Melo, pesquisador da Embrapa Instrumentação (SP), promete ser de grande ajuda para produtores de pequeno porte e cultivadores amadores. O sistema de irrigação automático criado no segundo semestre deste último ano se destaca pela praticidade com que funciona, além de utilizar materiais recicláveis ao longo de todo o seu processo.

Para reprodução do método, é necessário contar com três garrafas PET (ou qualquer outro material reciclável) para hospedar o líquido, quatro pequenos tubos para fazer a conexão de água e pressão de ar entre os recipientes (podem ser equipos de soro hospitalar, por exemplo), e uma quarta garrafa pintada na cor preta, essa em material rígido (metal ou vidro, por exemplo) para realizar a função mais importante em todo o sistema: a expansão do ar para impulsionar a irrigação.

Confira abaixo, o sistema de irrigação completo e todos os seus materiais:

EMBRAPA 4 – reservatório de água; 5 – equalização de pressão atmosférica; 6 – conexão; 7 – tubo de sucção; 8 – recipiente de transposição de água – sifão fonte; 9 – válvula; 10 – tubo de passagem; 11 – bomba solar – recipiente com ar; 12 – tubo de descompressão; 13 – conexão; 14 – recipiente do gotejador; 15 – sifão inverso; 16 – válvula de saída; 17 – gotas; 18 – suporte.

Basicamente, o ciclo sistemático acontece quando a quarta garrafa entra em contato com a luz solar, capta o calor e direciona o ar, que está dentro do seu compartimento, para todos os outros recipientes, ativando toda a movimentação do irrigador. No final, o equipamento beneficia a plantação, através de um de seus tubos, com um sistema de gotejamento.

De acordo com o pesquisador, a parte mais complicada na experiência é perfazer a vedação, onde se faz necessário o fechamento hermético das garrafas PET. Todavia, a questão não deve contar com um nível de dificuldade tão grande. Segundo Washington explica em entrevista à TVE de São Carlos que “isso pode ser obtido com adesivos plásticos, do tipo Araldite, mas exige uma aplicação minuciosa”.

Vale ressaltar que a efetividade do equipamento pode ser intensificada com o acréscimo de nutrientes no líquido que o abastece.

Um dos maiores trunfos do projeto automatizado é, sem dúvidas, o baixo custo de toda operação e o seu valor ecológico. O fato de não necessitar de energia elétrica ou materiais não recicláveis faz com que o novo irrigador ganhe espaço rapidamente no mercado e em lugares com pequenas hortas e plantações.

Confira na íntegra a entrevista que o brasileiro deu à TVE de São Carlos: