Todo mundo sabe como a agricultura é essencial para o desenvolvimento da humanidade. Todos os métodos que foram aprimorados ao longo dos séculos permitiram que plantássemos em maior quantidade, variedade e em menor tempo, criando um cenário perfeito para a alimentação da população mundial que cresce ano após ano. Todavia, também percebemos a necessidade de repensarmos nossos métodos de plantio e colheita, principalmente em virtude dos recursos naturais cada vez mais escassos no meio ambiente.
A agricultura orgânica, por exemplo, é uma alternativa sustentável e que não utiliza agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, pesticidas, reguladores de crescimento, aditivos e outras substâncias que possam contaminar alimentos e o solo. Bons exemplos desta prática não faltam no mundo, inclusive no Brasil. A austríaca naturalizada brasileira, Ana Primavesi (92) é uma das pioneiras no movimento orgânico no país e um dos símbolos de como é possível desenvolver a agricultura sem agredir a natureza.
Reconhecimento internacional
Primavesi, que influenciou diretamente diversos movimentos agroecológicos em toda a América Latina, recebeu o principal prêmio de agricultura orgânica do mundo, o “One World Award”, da International Federation of Organic Agriculture Movements (Ifoam). A honraria é destinada a pessoas que tiveram impactos positivos no meio ambiente e nas vidas de produtores rurais menos favorecidos. A brasileira foi homenageada em evento na Alemanha, no mês de setembro de 2015.
“O segredo da vida é o solo, porque do solo dependem as plantas, a água, o clima e nossa vida. Tudo está interligado. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio e as plantas, nutridas”, disse Ana em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo. Ao todo, foram mais de 65 anos de muito trabalho e de reflexos profundos na vida de milhares de agricultores brasileiros. Ana também é autora do livro “Manejo Ecológico do Solo”, uma das publicações mais importantes sobre produção agrícola.