Altamente flexível e resistente, o bambu oferece as características necessárias para se firmar como alternativa sustentável à madeira. Embora tradicionalmente utilizado no meio rural, pesquisas e processos aprimorados para o tratamento desta gramínea a transformaram em matéria-prima apropriada para construção de pisos, móveis e até mesmo casas, que deixam de lado o aspecto artesanal normalmente associado a este material.
Concentrando as maiores áreas de cultivo de bambu do mundo, a China tem se destacado no desenvolvimento de pesquisas e na exploração do material em edificações rurais e urbanas. As casas de bambu, além de serem uma alternativa sustentável – uma vez que o bambu, entre outras vantagens, não precisa ser replantado e leva apenas 60 dias para alcançar a altura necessária –, são mais baratas, duráveis e altamente resistentes a terremotos.
No Brasil, apesar da abundância do material, sua exploração ainda é limitada. De acordo com a arquiteta e diretora da Ebiobambu (Escola de Bioarquitetura e Centro de Pesquisa e Tecnologia Experimental em Bambu), Celina Llerena, a falta de divulgação de técnicas construtivas – essenciais para aumentar a durabilidade do material – e de mecanismos de crédito para incentivar a utilização, são alguns dos motivos que limitam a sua aplicação no país.
Para assegurar sua eficiência como matéria-prima na construção civil, o bambu deve ser submetido a um tratamento para extrair o excesso de amido, que atrai os carunchos, pragas comuns na planta. Esta preparação do material pode ser feita através de técnicas de defumação ou aplicação de substâncias produzidas a partir de seiva de plantas.
Segundo dados do Instituto Internacional do Bambu e Rattan (Inbar), o mercado mundial do produto movimenta cerca de US$ 14 bilhões por ano. Na avaliação do Instituto, as vantagens do bambu – leveza, resistência, flexibilidade, baixo custo de exploração – o tornam uma solução viável para combater o déficit habitacional nos países.
Confira na galeria algumas casas feitas com bambu, tanto na parte externa, quanto interna:
Fonte das fotos:
zuarq, mtcprojetos, revistaau e blogdiarinho