iStockphoto.com / nelik A reprodução artificial pode representar a última chance de sobrevivência da espécie.

A extinção de espécies animais é um drama que o mundo assiste há séculos, e mesmo com todo o esforço de ONGs que lutam pela perpetuação de espécies ameaçadas pela caça humana, desmatamento, entre outros fatores que já conhecemos bem, algumas espécies podem deixar de existir em poucos anos em áreas mais remotas do mundo, como no interior da África, por exemplo. É o caso do raro rinoceronte-branco-do-norte… Existem apenas três em todo o mundo!

Entre as soluções executadas visando a preservação da espécie, uma chamou a atenção pela ousadia e também pelo fracasso. Ambientalistas transportaram, em 2009, três rinocerontes em extinção da espécie que viviam em um zoológico na República Tcheca até o habitat natural dos animais, a savana do Monte Quênia na África Ocidental. Lá vivem os outros rinocerontes-brancos-do-norte e a expetativa era que a reprodução natural acontecesse, porém os cuidadores dos rinocerontes divulgaram que o único macho sobrevivente do grupo e as fêmeas, não irão se reproduzir.

“Sempre soubemos, desde o começo, que as chances disso funcionar seriam muito pequenas, mesmo se eles copulassem”, afirmou Richard Vigne, chefe-executivo da organização Ol Pejeta Conservancy, especialista em fertilização in vitro.

Última esperança nas mãos da ciência

Na tentativa de mudar este cenário frustrante, a organização de Richard Vigne apresentou uma proposta para viabilizar a reprodução da espécie: a fertilização in vitro. Segundo a organização, a reprodução artificial pode representar a última chance de sobrevivência da espécie. “O fato de que eles não procriaram é claramente uma enorme decepção, mas há novas tecnologias sendo criadas, o tempo todo para resgatar espécies tecnicamente extintas”, complementou Vigne.

No caso dos rinocerontes transportados da República Tcheca até o Quênia, um dos machos já faleceu e o outro apresenta uma contagem de espermatozoides muito baixa. Além disso, as fêmeas que compõem o grupo não conseguem engravidar ou não tem força para completar o ciclo gestacional. É justamente neste ponto que entra a fertilização in vitro.

Como funciona a fertilização in vitro?

A técnica de fertilização in vitro que pode salvar da extinção esta espécie de rinoceronte funciona da seguinte maneira: uma fêmea do grupo seria utilizada como “barriga de aluguel” para geração de um embrião artificialmente inserido em seu útero. Este tipo de trabalho é uma das especialidades da organização Ol Pejeta, que também cuida de 104 rinocerontes pretos e 26 brancos.