iStockphoto.com / Barb_Malc Avistar mães e filhotes de baleia jubarte nadando calmamente é uma cena cada vez mais comum na costa brasileira do oceano Atlântico.

Quem navega pelo litoral brasileiro deve ter, cada vez mais, a baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) como companhia nas águas. Um censo realizado em agosto deste ano mostra que a incidência da espécie, na parte do oceano Atlântico que compreende o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Norte, aumentou 40% em relação a 2011.

Os dados são do Instituto Baleia Jubarte, que coordena projeto com o mesmo nome no sul da Bahia, e considerou as águas dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Durante 14 dias, uma equipe de quatro pessoas registrou os animais utilizando metodologia específica, que inclui o uso de clinômetros (aparelhos que medem a distância da baleia em relação à aeronave).

Só este ano, mais de 17 mil jubartes buscaram a costa brasileira para o nascimento dos filhotes. O período de reprodução, geralmente, começa em julho e termina em novembro, quando os animais retornam à Antártica para se alimentar de krill, uma espécie de camarão característico daquela região gelada.

Baleia jubarte sai da lista de animais em extinção

O número reforça a tese de que a baleia jubarte não está mais em extinção. Em 2014, o animal saiu da Lista Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção. Na época, o projeto Baleia Jubarte foi homenageado com o Prêmio de Conservação da Biodiversidade pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Durante todo o ano, por meio do Programa de Resgate de Mamíferos Aquáticos, o projeto monitora os encalhes de baleias e golfinhos no litoral da Bahia e Espírito Santo, oferecendo assistência aos animais.

Um dos principais motivos pelos quais a espécie voltou a se tornar comum é a proteção por leis internacionais, que proíbem a caça e determinam rotas específicas para que embarcações não colidam com o animal. Além disso, no Brasil, foi criado um santuário de baleias e a Unidade de Conservação de Abrolhos, no sul da Bahia.

Em 1980, havia apenas 500 a 700 exemplares da espécie. Em 2008, em decorrência de medidas adotadas anteriormente pelo governo brasileiro, o número de animais subiu para 9 mil, chegando a 15 mil já em 2012.