culturamix Macaco Guigó.

Descoberto pela ciência em 1999, o macaco guigó, também chamado de guigó-de-coimbra-filho ou guigó de Sergipe (Callicebus coimbrai), é uma espécie exclusiva da Mata Atlântica e hoje integra a lista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como um dos 26 primatas ameaçados de extinção.

Com pelos claros, cauda alaranjada e medindo até 80 centímetros, o guigó vive em grupos de três a sete animais e se alimenta de frutos, folhas e flores, podendo ainda consumir pequenos animais e raramente desce ao solo.

A espécie que habita trechos de Sergipe e Bahia, já é considerada extinta em 14 dos 125 fragmentos florestais em que foi registrada nos últimos dez anos. Entre as principais causas do desaparecimento do macaco guigó estão a perda de seu habitat, causada pelo impacto ambiental provocado por atividades relacionadas à urbanização, à produção agropecuária e às tentativas de domesticação dos animais.

Todos esses fatores causam a redução das populações naturais, implicando a desestruturação demográfica e a perda de variabilidade genética, o que torna as populações dos primatas mais suscetíveis à extinção.

Tendo em vista reverter esta situação foi criado o Projeto Guigó, que atua em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e com a Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de Sergipe (Semarh). O programa vem estudando o comportamento da espécie em campo com o objetivo de definir estratégias de conservação.

Val Campos Macaco Guigó.

Já em 2010 foi desenvolvido, em Capela (SE), o Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco (RVS), uma unidade de conservação estadual de proteção. Ao todo são cerca de 900 hectares com a principal preocupação de manter inalterado o habitat natural do guigó e, com isso, ter menos macacos em extinção.

Porém, essa área não é suficiente para a conservação das populações, pois a maior dificuldade de manter a espécie em equilíbrio é a manutenção dos fragmentos florestais e a complexidade para conectá-los novamente, já que o guigó é considerado um animal territorial que só convive com indivíduos da mesma espécie.